
O ano está prestes a encerrar, e o mercado já se prepara para as oportunidades e desafios que 2025. Segundo o CEO do Grupo Studio, Carlos Braga Monteiro, “as perspectivas para o Ibovespa em 2025 são desafiadoras, mas apresentam oportunidades”.
“O mercado espera um desempenho mais sólido, com algumas projeções apontando para o índice alcançando até 165 mil pontos”, acrescentou o especialista. Ele pontuou que, para isso acontecer, alguns fatores precisam contribuir, como o encaminhamento de medidas fiscais no Brasil e a estabilidade política internacional, principalmente nos EUA, após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial contra Kamala Harris.
Essa vitória de Trump trouxe alguns efeitos negativos para mercados emergentes, como o Brasil, devido à percepção de um viés mais protecionista do governo norte-americano.
No contexto nacional, o Brasil fechou 2024 sem apresentar um pacote de contenção de gastos robusto, cuja expectativa era contribuir para ancorar o câmbio, controlar a inflação e proporcionar um ambiente mais favorável aos investimentos.
“Diante desse quadro, entramos em 2025 com certo ceticismo em relação ao mercado acionário local. Embora o atual nível de valuations e a existência de assimetrias atrativas em diversas companhias chamem a atenção, carecemos de um gatilho claro que estimule a retomada consistente do Ibovespa”, comentou Eduardo Rahal, analista-chefe da Levante Inside Corp.
Contudo, ainda há fatores que amenizam o atual cenário. Atualmente, aproximadamente metade da composição do Ibovespa é de empresas com receitas dolarizadas ou fortemente atreladas ao mercado internacional. Isso pode oferecer uma possível proteção contra o cenário doméstico mais adverso.
Ibovespa: quem tende a alta ou a queda em 2025?
O grupo de especialistas ouvido pelo BP Money apontou que haverá um contexto mais desafiador para o mercado nacional; logo, setores mais resilientes tendem a se destacar. Nesse cenário, entre as boas opções para investimentos estão os bancos, seguradoras, empresas de saneamento, utilidade pública e companhias ligadas a commodities.
As receitas dessas organizações tendem a ser dolarizadas, assumindo, assim, uma posição privilegiada.
“Esses segmentos contam com bom carrego, capacidade de enfrentar adversidades e historicamente apresentam menor volatilidade”, disse Eduardo Rahal.
“Setores de energia e utilities, que têm um fluxo de caixa previsível e contratos de longo prazo indexados à inflação ou taxas de juros, também”, acrescentou Jeff Patzlaff, Planejador Financeiro CFP e Especialista em Investimentos.
Por outro lado, há setores mais sensíveis às adversidades do cenário doméstico, em um contexto de câmbio desvalorizado e juros altos. Dentre os setores que mais podem ser afetados estão turismo, varejo, construção civil e segmento imobiliário.
“O setor imobiliário como um todo deve ser fortemente impactado, pois financiamentos habitacionais se tornam menos acessíveis. Empresas em estágio inicial e dependentes de capital para crescer enfrentam maiores dificuldades de captação, as famosas startups”, pontuou o planejador financeiro Jeff Patzlaff.