O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (6) oscilando, com investidores reagindo a falas de Lula em entrevista a rádios baianas. Agentes do mercado também repercutem declarações do ministro de Haddad e aguardam dados do mercado de trabalho dos EUA, com o payroll.
Por volta das 10h08 (horário de Brasília) o marcador estava em leve queda de 0,07%, aos 125.442 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,26%, cotado a R$ 5,8088.
Com a agenda de indicadores brasileiros esvaziada, as atenções se voltam à política, com as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista a rádios baianas nesta quinta-feira (6). Lula afirmou estar convencido de que o problema da inflação vai ser resolvido em breve e fez críticas ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que enxerga a inflação acima de 4,5%, mas aguarda “surpresas positivas”, com expectativas de uma grande safra de grãos e melhoras no câmbio.
O Ibovespa também deve ser influenciado pelas expectativas para os resultados do mercado de trabalho no setor público e privado dos EUA em janeiro, com a divulgação dos dados da folha de pagamentos (payroll) nesta sexta-feira (7).
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira (6), Lula criticou a postura de Trump, que, segundo ele, “faz questão de, todo dia, dizer uma anomalia”. Lula disse, ainda, que respeita a eleição do presidente dos EUA, mas que ele “não foi eleito para governar o mundo, mas os EUA”.
Para o coordenador da comissão de economia da APIMEC Brasil, Alvaro Bandeira, Trump mexe constantemente com os mercados de risco com sua “excessiva disrupção”. Dessa forma, investidores se mantém em alerta para mais notícias sobre o conflito tarifário entre EUA e China, mesmo que o momento atual seja de aparente calmaria.
Nesta quinta-feira (6), o Ibovespa também deve reagir ao discurso do presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, em evento do BIS (Banco de Compensações Internacionais), na Cidade do México. A fala do presidente do BC está marcada para às 14h30 (horário de Brasília).
EUA
No país norte-americano, as bolsas acompanha mais discursos de membros do Fed (Federal Reserve), em especial Christopher Waller e Lorie Logan, nesta quinta-feira (6).
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira (5) que o governo Trump está mirando nos títulos do Tesouro de 10 anos para reduzir custos de empréstimos, e não na taxa de juros de curto prazo de referência do Fed.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,19%
S&P 500 Futuro: +0,20%
Nasdaq Futuro: +0,17%
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Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, a maioria das bolsas fecharam em alta, apesar de incertezas comerciais e decepções nos lucros de empresas de tecnologia dos EUA. Investidores podem estar reagindo à ausência de novos anúncios na disputa tarifária entre o país norte-americano e a China, ainda sem conversas entre Trump e Xi Jinping.
O presidente dos EUA havia afirmado que se encontraria com o presidente chinês, mas não houve reunião até o momento. As bolsas asiáticas também acompanham a alta de NY e operam na expectativa de anúncios importantes da fabricante de carros chinesa BYD, que convocou uma coletiva de imprensa para a próxima semana.
O anúncio da entrevista levou a altas nas ações da montadora em Xangai e Shenzhen.
Shanghai SE (China), +1,27%
Nikkei (Japão): +0,61%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,43%
Kospi (Coreia do Sul): +1,10%
ASX 200 (Austrália): +1,23%
Bolsas europeias
Os mercados da Europa também operam em alta, com expectativas para os resultados de empresas e para a decisão do BoE, que deve cortar juros de 4,75% para 4,5%, segundo a previsão de analistas, na tentativa de impulsionar a economia do Reino Unido, mesmo com pressões inflacionárias ainda no radar.
As projeções da AstraZeneca de vendas em 2025 acima do esperado por agentes do mercado causaram otimismo. A receita da farmacêutica no quarto trimestre de 2024 também superou expectativas.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,34%
DAX (Alemanha): +0,55%
CAC 40 (França): +0,33%
FTSE MIB (Itália): +0,81%
STOXX 600: +0,51%
