O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (10) em alta, apesar de uma nova alta nas projeções para a inflação do Boletim Focus. Seguem no radar as tarifas de Trump, que anunciou taxas de 25% às importações de aço e alumínio, e as previsões para a Selic.
Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador estava em alta de 1,06%, aos 125.943 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma queda de 0,13%, cotado a R$ 5,7857.
No Brasil, as preocupações seguem voltadas à questão fiscal e são agravadas pela alta nas projeções para a inflação em 2025 e 2026 do Boletim Focus, divulgado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (10). A previsão para 2025 foi de 5,51% para 5,58%, e, para 2026, de 4,28% para 4,30%, na 7ª semana seguida de alta.
O Ibovespa também responde aos avanços de Trump em sua política tarifária, com o anúncio de taxas de 25% às importações de aço e alumínio. “Investidores no mundo seguem temerosos com a guerra comercial e nível de endividamento dos países de uma forma geral” resume o coordenador de economia da APIMEC Brasil, Alvaro Bandeira.
Nesse cenário, 93% dos agentes do mercado preveem uma alta de 1 ponto percentual (pp) na taxa básica de juros, para 14,25% a/a, após a reunião de 19 de março do Copom. Os dados correspondem aos contratos de opções de Copom da B3, com o contrato de precificação de alta de 1 pp fechando a 93.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Mercados de todo o mundo estão sofrendo com as tarifas de Donald Trump, com o Brasil saindo prejudicado pelas taxas sobre o aço e o alumínio. No Japão, o governo se prepara para possíveis tarifas sobre produtos agrícolas e indústria automotiva, além de enfrentar o veto de Trump sobre participação majoritária da Nippon Steel na U.S. Steel.
Já na política nacional, o Ibovespa deve reagir aos anúncios de programas de crédito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) previstos para esta semana. Enquanto isso, o setor bancário se mantém cauteloso no momento, avalia Bandeira. O governo também está lidando com uma crise de comunicação relacionada ao Bolsa Família.
Além disso, investidores respondem ao IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), que aumentou 0,49% na primeira quadrissemana de fevereiro, após alta de 0,02% no encerramento de janeiro, segundo dados divulgados pela FGV (Fundação Getulio Vargas) nesta segunda-feira (10). Em 12 meses, a alta foi de 3,32%.
EUA
Os contratos futuros dos EUA registram alta nesta segunda-feira (10), enquanto os investidores se preparam para uma semana movimentada, com a expectativa de diversos dados econômicos e a possibilidade de um anúncio de novas tarifas por parte do presidente Donald Trump ainda hoje.
Trump informou a jornalistas no domingo que pretende estabelecer uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. Ao mesmo tempo, começaram a valer as novas tarifas retaliatórias da China sobre os EUA.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,13%
S&P 500 Futuro: +0,26%
Nasdaq Futuro: +0,49%
Bolsas asiáticas
As bolsas asiáticas encerraram a sessão sem uma direção definida nesta segunda-feira, com os investidores avaliando as declarações recentes de Trump sobre tarifas comerciais.
O presidente americano afirmou que adotará tarifas recíprocas, o que pode afetar a China, que já impôs tarifas adicionais nas relações comerciais com os EUA.
Na China, a inflação ficou ligeiramente acima do esperado, mas ainda assim, os mercados fecharam no território positivo. No Japão, o Nikkei teve uma variação mínima. Confira como ficaram os índices.
Shanghai SE (China), +0,56%
Nikkei (Japão): +0,04%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,84%
Kospi (Coreia do Sul): -0,03%
ASX 200 (Austrália): -0,34%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados seguem em alta, com os investidores aparentemente ignorando o mais recente anúncio de tarifas de Trump.
Os principais dados da semana incluem os números de inflação da Alemanha e do PIB do Reino Unido, que serão divulgados na quinta-feira, além dos últimos dados trimestrais de crescimento da economia europeia, que saem na sexta-feira.
Na segunda-feira, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, presta depoimento no Parlamento Europeu.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,40%
DAX (Alemanha): +0,31%
CAC 40 (França): +0,26%
FTSE MIB (Itália): +0,35%
STOXX 600: +0,36%