Abertura do mercado

Ibovespa abre em leve alta com semana agitada; dólar sobe

Investidores seguem reagindo às políticas de Donald Trump e ao Boletim Focus

Ibovespa
Foto: Unplash

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (27) em alta, com agenda da semana agitadores. Investidores repercutem o Boletim Focus, que aumentou as projeções para a taxa de juros mais uma vez, e seguem atentos às políticas de Donald Trump.

Por volta das 10h23 (horário de Brasília) o marcador estava em leve alta de 0,17%aos 122.658 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,21%, cotado a R$ 5,9303.

As projeções para a taxa básica de juros (Selic) em 2026 do Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo BC (Banco Central), aumentaram de 12,25% para 12,50%, em semana marcada pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros no país. Com essas informações, investidores tentam calibrar expectativas.

Enquanto isso, o presidente dos EUA, Donald Trump, continua movendo o Ibovespa. Ele vem sendo questionado pela deportação de imigrantes, sanções, tarifas e paralisação de ajuda a outros países, comenta o coordenador da comissão de Economia da Apimec Brasil, Alvaro Bandeira. “Aqui, Trump põe em xeque a política verde de Lula”, acrescenta.

Voltando ao Brasil, a confiança do consumidor também atrai atenções de agentes do mercado. O ICC (Índice de Confiança do Consumidor) recuou pelo segundo mês seguido, chegando ao menor patamar desde fevereiro de 2023, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgados nesta segunda-feira (27).

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

As informações do Boletim Focus reforçam que a bolsa deve permanecer fraca neste pregão, aponta Bandeira. Para a inflação em 2025, o relatório aumentou suas previsões de 5,08% para 5,50%. Para 2026, a estimativa passou de 4,10% para 4,22%. Enquanto isso, a projeção para o dólar em se manteve em R$ 6,00 pela terceira semana seguida.

Além das dificuldades internas, o cenário externo continua complexo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve planos de investimentos sustentáveis frustrados por Trump e lida com pedidos de adiamento da regra ambiental da UE (União Euopeia) pela França, lembra Bandeira.

EUA

Nos índices futuros dos EUA, os mercados operam em queda nesta sexta-feira (24), após o S&P 500 ter atingido um recorde histórico de fechamento no dia anterior. O movimento aconteceu depois que o ex-presidente Donald Trump se manifestou a favor da redução das taxas de juros e da queda nos preços do petróleo.

Em uma entrevista à Fox News, Trump também afirmou que preferiria não precisar recorrer ao uso de tarifas contra a China, a segunda maior economia do mundo.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,02%

S&P 500 Futuro: -0,08%

Nasdaq Futuro: -0,18%

Bolsas asiáticas

Na Ásia-Pacífico, a maioria dos mercados fechou em alta, acompanhando o bom desempenho de Wall Street, após os comentários de Trump sobre taxas de juros mais baixas e preços mais baratos para o petróleo.

No Japão, o iene se valorizou frente ao dólar após o Banco do Japão aumentar sua taxa de juros pela primeira vez desde julho. Durante a coletiva do governador Kazuo Ueda, a moeda japonesa chegou a ultrapassar brevemente a marca crítica de 155 ienes por dólar, mas logo recuou, enquanto os investidores avaliavam suas declarações.

O BoJ também indicou uma expectativa de inflação mais acelerada nos próximos anos, em relação às projeções anteriores.

O banco central destacou que, caso essa perspectiva se concretize, continuará ajustando a taxa de juros para cima.

Shanghai SE (China), +0,70%

Nikkei (Japão): -0,07%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,86%

Kospi (Coreia do Sul): +0,85%

ASX 200 (Austrália): +0,36%

Bolsas europeias

Na Europa, os mercados registram alta, refletindo a repercussão dos comentários do presidente dos EUA sobre a redução das taxas de juros e os preços mais baixos do petróleo.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%

DAX (Alemanha): +0,35%

CAC 40 (França): +0,90%

FTSE MIB (Itália): +0,54%

STOXX 600: +0,40%