O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (5) em alta, com a aprovação de urgência para o pacote fiscal na Câmara dos Deputados. O mercado também reage à queda nos títulos públicos em novembro e às previsões de alta da Selic na próxima reunião do Copom.
Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma alta de 1,18%, aos 127.578 pontos.
A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (4), regime de urgência para a tramitação do projeto de lei que define uma das propostas do pacote fiscal do governo federal. O regime, que precisava de 257 votos para ser aprovado, passou com uma margem de apenas três votos: 260 foram a favor e 98, contra.
Por sua vez, o dólar comercial caía 0,70%, cotado a R$ 5,9987.
O mercado também reage às perdas nos títulos públicos em novembro, causadas pela incerteza sobre o cenário fiscal a longo prazo, agravada pelo anúncio do pacote fiscal. Os papeis com vencimento mais longo foram os mais afetados. O índice IMA-B 5+, que mede os títulos atrelados ao IPCA com prazo de mais de cinco anos, caiu 0,23% no mês.
Além disso, as previsões de alta da Selic preocupam. Dados de contratos de opções de Copom da B3 mostram que investidores estão divididos entre uma expectativa de alta de 0,75 pp e 1,00 pp na reunião de 11 de dezembro. Enquanto o contrato que precifica alta de 0,75 pp tinha apostas de 47,5% do mercado, o de 1 pp tinha 47,25%.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Enquanto os títulos públicos de longo prazo tiveram perdas, aqueles com vencimento mais curto apresentaram melhor desempenho, de acordo com informações da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Por sua vez, os papeis privados também registraram queda em novembro.
A Cúpula do Mercosul também move o Ibovespa. Ela ocorre nesta quinta (5) e sexta-feira (6) no Uruguai. Há expectativas de que o anúncio do acordo entre Mercosul e UE (União Europeia) ocorra durante o evento. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que já está na América Latina para discutir o tratado.
Em relação aos EUA, o mercado ainda repercute os comentários positivos do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, nesta quarta-feira (4). De acordo com o dirigente, a economia dos EUA está mais forte do que parecia em setembro, quando o Fed iniciou cortes de juros. Isto ajudou o a alcançar a marca dos US$ 100 mil.
Líderes empresariais estão temerosos sobre escassez de mão de obra e recessão em todo o mundo, afirma pesquisa do Fórum Econômico Mundial. A preocupação está relacionada a eventos climáticos extremos, que têm sido mais comuns. A desaceleração econômica, seguida pela inflação, são as principais preocupações dos líderes.
De volta ao Brasil, a Magazine Luiza anunciou vendas de R$ 1,2 bilhão na Black Friday. Segundo comentário do vice-presidente comercial da rede, Fabrício Garcia, publicado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), esta foi a “a melhor Black Friday da história do Magalu”, com crescimento de dois dígitos nas vendas em relação a 2023.
O mercado também observa as exportações nacionais. Os volumes com destino à Argentina caíram 24,8% entre janeiro e outubro deste ano, em relação ao mesmo período de 2023, apontaram dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Isto ocorre em meio a relações difíceis entre Argentina e Brasil.
EUA
Na última sessão, o Dow Jones avançou 308,51 pontos, ou 0,69%, alcançando 45.014,04 pontos e rompendo pela primeira vez a marca histórica de 45.000. O S&P 500 subiu 0,61%, encerrando em 6.086,49 pontos, enquanto o Nasdaq Composite, com forte presença de ações de tecnologia, registrou alta de 1,3%, fechando em 19.735,12 pontos.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,06%
S&P 500 Futuro: -0,05%
Nasdaq Futuro: -0,19%
Bolsas asiáticas
No mercado da Ásia-Pacífico, as bolsas encerraram majoritariamente em alta, acompanhando o otimismo de Wall Street, que ignorou tensões políticas globais e atingiu novos recordes. A política internacional, no entanto, segue no radar dos investidores, especialmente os desdobramentos na Coreia do Sul e na França.
Na Coreia do Sul, os parlamentares apresentaram uma moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, menos de 24 horas após ele ter declarado e revogado lei marcial, desencadeando uma crise política. Han Dong-hoon, líder do Partido do Poder Popular, afirmou que o partido tentará barrar a moção, conforme relatado pela Agência Yonhap.
Shanghai SE (China), +0,12%
Nikkei (Japão): +0,30%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,92%
Kospi (Coreia do Sul): -0,90%
ASX 200 (Austrália): +0,5%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados operam de forma mista, com a França no centro das atenções após o governo do primeiro-ministro Michel Barnier ser derrubado por um voto de desconfiança.
O episódio ocorreu após Barnier, há apenas três meses no cargo, utilizar poderes constitucionais para aprovar um orçamento sem votação parlamentar.
Enquanto isso, no setor de energia, a Shell e a Equinor anunciaram planos de unir seus ativos de petróleo e gás no Reino Unido.
A parceria criará uma nova empresa baseada em Aberdeen, na Escócia, que deverá se consolidar como a maior produtora independente do Mar do Norte britânico.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,10%
DAX (Alemanha): +0,24%
CAC 40 (França): +0,54%
FTSE MIB (Itália): +0,59%
STOXX 600: +0,30%