Abertura do mercado

Ibovespa abre em alta com IPCA-15; dólar sobe

Investidores estão atentos às políticas tarifárias de Donald Trump e às falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad

Ibovespa
Ibovespa / Foto: Unsplash

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta terça-feira (25) em alta, com investidores respondendo ao IPCA-15, que subiu menos que o esperado. Agentes do mercado também estão atentos à política tarifária do presidente dos EUADonald Trump e às falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Por volta das 10h11 (horário de Brasília) o marcador estava em alta de 0,27%aos 127.742 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,32%, cotado a R$ 5,7968.

Nesta terça-feira (25) foi divulgado o IPCA-15, conhecido como prévia da inflação. O índice subiu 1,23%, enquanto expectativas de pesquisa da “Reuters” apontavam para 1,33%. Para Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos, essa alta já era esperada, já que o bônus em relação à energia de Itaipu acabou.

Sobre o exterior, investidores estão cautelosos em meio às novas ameaças tarifárias de Trump. E, no Brasil, respondem às falas de Haddad no BTG Pactual CEO Conference 2025, na manhã desta terça-feira (25). Às 15h, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, discursa no evento. Haddad afirmou que desejava ter zerado o déficit em 2024.

De acordo com o ministro, seu objetivo teria sido atingido, mesmo com a catástrofe climática no Rio Grande do Sul, se conseguisse ter “aprovado tudo”, mencionando as perdas de arrecadação com o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Haddad também afirmou que há problemas relacionados ao empresariado.

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

A alta no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) também tem a ver com o aumento dos gastos com e energia elétrica residencial no verão. Outro setor que se destacou foi a educação, com alta nos gastos com materiais escolares e matrículas, explica Correia. Em janeiro, a alta havia sido de 0,11%.

As falas de Haddad também movem o Ibovespa. No evento do BTG, o ministro disse que o empresariado “vive de lobby, de privilégios, é patrimonialista e não é moderno”. Ele falou, ainda, que o Congresso Nacional não aprovou tudo o que o país precisava, mas que seria injusto reclamar; e que o governo vai avançar na agenda de reformas.

Na programação nacional, os balanços de empresas são destaque. A Marcopolo (POMO4) divulgou seu balanço do quarto trimestre na manhã desta terça-feira (25) e realiza conferência de resultados às 11h. Depois do fechamento, vão ser divulgados os números de IRB(Re) (IRBR3), RD (RADL3) e Vivo (VIVT3).

A alta do IPCA-15 abaixo do esperado pode ter deixado investidores um pouco menos pessimistas em relação à segunda-feira (24), quando o Boletim Focus aumentou suas previsões para e inflação pela décima nona semana seguida.

EUA

Investidores estão atentos aos dados de confiança do investidor do Conference Board dos EUA, que vão ser divulgados nesta terça-feira (25) às 12h (horário de Brasília). As expectativas de economistas consultados pela Dow Jones são de que o índice atinja 102,3 pontos em fevereiro, resultado menor do que os 104,1 pontos de janeiro.

Nesta semana, agentes do mercado também aguardam os dados da inflação, com a divulgação do índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE) de janeiro, na sexta-feira (28). O PCE é o indicador de inflação mais relevante para as decisões do Fed (Federal Reserve).

As atenções nos EUA seguem voltadas à política tarifária. Investidores analisam a possibilidade de que Trump avance com as tarifas recíprocas ainda neste ano. O governo do país norte-americano também continua as discussões para um acordo de paz na Ucrânia.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,06%

S&P 500 Futuro: -0,04%

Nasdaq Futuro: -0,23%

Bolsas asiáticas

Na região da Ásia-Pacífico, as bolsas fecharam em queda acompanhando o movimento de baixa de Wall Street na última noite. Investidores estão cautelosos diante de mais ameaças tarifárias de Trump enquanto avaliam o corte na taxa de juros da Coreia do Sul, de 3% para 2,75%.

A taxa tinha ficado inalterada em janeiro, depois de cortes em outubro e novembro de 2024. Apenas um dos 27 economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” não previa um corte nos juros. A Coreia também reduziu previsões de crescimento para este ano.

As exportações do país estão sendo prejudicadas por tarifas maiores dos EUA e um aumento do protecionismo global. Além disso, há uma demanda interna mais baixa em razão das incertezas políticas decorrentes do julgamento de impeachment do presidente do país.

Shanghai SE (China), -0,80%

Nikkei (Japão): -1,39%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,32%

Kospi (Coreia do Sul): -0,57%

ASX 200 (Austrália): -0,68%

Bolsas europeias

Os mercados do continente operam mistos, com um pessimismo se espalhando pela região. Investidores respondem aos lucros da Fresenius Medical Care, Smith & Nephew, Heidelberg Materials e Alcon. Também estão atentos à divulgação de mais detalhes sobre o PIB da Alemanha no quarto trimestre, nesta terça-feira (25).

As tarifas de Trump também movem as bolsas da Europa, assim como a formação de uma nova coalizão no governo da Alemanha. No país, a economia recuou no quarto trimestre, com uma queda nas exportações. No campo corporativo, a Unilever anunciou que o CEO Hein Schumacher vai sair do cargo.

O dirigente ocupava o cargo há menos de dois anos.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,10%

DAX (Alemanha): -0,18%

CAC 40 (França): -0,08%

FTSE MIB (Itália): +0,11%

STOXX 600: +0,10%