O Ibovespa, principal marcador da B3, iniciou o pregão desta terça-feira (8) em alta, refletindo uma possível recuperação após os fortes movimentos negativos do dia anterior (7).
Por volta das 10h25 (horário de Brasília) o índice apresentava uma alta de 1,53%, aos 127.508 pontos.
Já o dólar comercial seguia o sentido contrário do marcador, ao passo que se desvalorizava -0,71%, em uma cotação de R$ 5,87.
No entanto, o alívio pode ser temporário. O presidente dos EUA Donald Trump, aumentou a pressão sobre a China, ameaçando impor tarifas adicionais de 50% caso o país não remova a tarifa de 34% aplicada sobre os produtos americanos, valor equivalente ao imposto que os EUA impõem aos produtos chineses.
A China não demorou a reagir, deixando claro que não atenderá à solicitação de Trump e que responderá com novas tarifas caso os EUA sigam com o aumento.
No Brasil, os dados fiscais ganham destaque, mas devem ficar em segundo plano diante da intensificação da guerra comercial.
Mercados reagem à correção, mas tensões tarifárias ainda preocupam
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacou no Morning Call de terça-feira, 8 de abril, que os mercados estavam em alta após os três piores dias desde a pandemia e a crise do subprime.
Ele observou que, apesar das quedas significativas nos mercados da Europa, Ásia e EUA, o Brasil teve uma queda menos intensa.
“Após uma correção dessa magnitude, vem o ‘buy the dip’, comprar na baixa, já que tudo está muito mais barato do que há uma semana”, explicou Gala.
O economista também comentou sobre as tarifas comerciais e a estratégia de desvalorização cambial adotada pela China e outros países asiáticos.
“Se uma tarifa de 10%, 20% ou 30% é imposta, a moeda se desvaloriza na mesma proporção, neutralizando o efeito da tarifa”, afirmou.
Ele destacou que essa prática ajuda a aumentar a competitividade das economias asiáticas.
Impacto no Brasil e Perspectivas Futuras
Em relação ao Brasil, Gala mencionou que a recente alta do câmbio, com o dólar chegando perto de R$ 6,00, deve impactar a inflação, especialmente nos preços de alimentos. “O câmbio mais alto acaba pressionando a inflação no Brasil”, disse.
Para o restante da semana, Gala indicou que, embora o CPI dos EUA seja relevante, os mercados devem focar nas tensões tarifárias e nas negociações comerciais. “O mercado está atento aos desdobramentos da guerra tarifária”, concluiu.
EUA
Os contratos futuros dos principais índices de ações de Nova York indicam uma forte alta nesta terça-feira (8) de manhã, interrompendo a sequência de quedas acentuadas dos últimos dias. Na segunda-feira, o S&P 500 entrou em “bear market”, com uma queda de 20% desde seu pico registrado em fevereiro.
Com uma agenda mais tranquila e sem novidades sobre as políticas tarifárias de Donald Trump, os investidores podem estar aproveitando os preços mais baixos para realizar compras. No entanto, a cautela ainda predomina, uma vez que persiste o receio de uma possível desaceleração econômica devido aos impactos das tarifas.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,91%
S&P 500 Futuro: +3,33%
Nasdaq Futuro: +3,71%
Agenda do dia
Indicadores
▪️08h00 – Brasil/FGV: IPC-S da 1ª quadrissemana de abril
▪️08h00 – Brasil/FGV: IGP-M da 1ª prévia de abril
▪️08h30 – Brasil/BC: Primário do setor público (fev)
▪️09h00 – Brasil/IBGE: PIM Regional (fev)
▪️11h00 – Brasil/Anfavea: Produção e vendas de veículos (mar)
Eventos
▪️09h30 – Presidente Lula participa do Encontro Intl. da Indústria de Construção (Enic), em SP
▪️11h00 – Gabriel Galípolo (BC) participa de reunião da CPI das Bets do Senado
▪️15h00 – Mary Daly (Fed San Francisco) discursa
▪️17h00 – Fernando Haddad participa de evento do Bradesco BBI, em SP
▪️BC: Diogo Guillen, Nilton David e Paulo Picchetti participam de reuniões trimestrais com economistas