O Ibovespa, principal índice da B3, iniciou o pregão desta quarta-feira (28) em queda, refletindo a cautela dos investidores diante de fatores de pressão tanto no cenário interno quanto externo.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma queda de 0,40%, aos 139.074 pontos.
Já o dólar comercial seguia o sentido contrário, ao passo que avançava 0,53%, cotado a R$ 5,67.
No Brasil, o foco recai sobre a crescente tensão em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A medida adotada pelo governo federal enfrenta forte reação do setor produtivo e gera atritos no Congresso, onde já se acumulam projetos de decreto legislativo para barrar os ajustes promovidos pela Fazenda.
Representantes da indústria, agronegócio, comércio, bancos e seguradoras vêm pressionando parlamentares para reverter o aumento, alegando que as mudanças encarecem significativamente o custo das operações no setor privado.
No centro das críticas está o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deve se reunir ainda nesta quarta-feira (28) com representantes do setor bancário para discutir os efeitos do decreto.
Mesmo após recuar parcialmente em relação à taxação sobre investimentos no exterior, o governo manteve alíquotas elevadas para outras frentes sensíveis, como planos de previdência privada (VGBL), operações de crédito para empresas e transações de câmbio que afetam tanto companhias quanto pessoas físicas.
A reação do setor produtivo tem sido dura. A Confederação Nacional das Seguradoras classificou como “absurdo” o aumento do IOF sobre o VGBL, especialmente com a imposição de que segurados utilizem suas reservas financeiras para adquirir créditos de carbono.
Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp e aliado do governo Lula, usou o mesmo termo para descrever as medidas.
“Acredito que será revertida, porque não tem cabimento. Nós lutamos 30 anos para acabar com os impostos indiretos cumulativos, e aí vem o IOF aumentando. Então, isso é um absurdo, nós vamos combater fortemente”, afirmou
Ele acrescenta que a decisão é “insensata” e “pune as cadeias de produção mais longas”, agravando o ambiente para as empresas já pressionadas pelos juros altos.
Ibovespa abre cauteloso com Fed e balanço da Nvidia no radar
O Ibovespa opera com cautela refletindo a atenção dos investidores diante de fatores de pressão tanto no cenário interno quanto externo.
No ambiente internacional, o mercado aguarda a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), que pode trazer sinais sobre os próximos passos da política monetária americana.
Notícias Relacionadas
Ao mesmo tempo, os investidores também estão atentos aos resultados da Nvidia, que têm potencial de influenciar o humor global.
Agenda do dia
Indicadores
▪️ 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
▪️ 14h30 – Tesouro: Relatório mensal da dívida pública de abril
▪️ 15h30 – MTE/Caged: Geração de emprego formal em abril
▪️ 22h00 – Coreia do Sul: BC anuncia decisão de política monetária
Eventos
▪️ 05h00 – Japão: Neel Kashkari (Fed) participa de conversa em universidade
▪️ 15h00 – EUA: Fed divulga ata da última reunião de política monetária
▪️ 16h00 – Coletiva com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre o Caged
Balanços
▪️ EUA/após o fechamento: Nvidia
▪️ EUA/após o fechamento: Salesforce
