O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta sexta-feira (24) em queda, com as reações do mercado ao IPCA-15, que veio acima do esperado. Com isso, investidores estão mais atentos às possíveis medidas para controlar os preços dos alimentos. A agenda de Donald Trump segue em destaque.
Por volta das 10h16 (horário de Brasília) o marcador estava em leve queda de 0,07%, aos 122.399 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma queda de 0,40%, cotado a R$ 5,9019.
O IPCA-15, conhecido como prévia da inflação, avançou 0,11% em janeiro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (24). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, de uma deflação de 0,03%. O grupo de Alimentação e Bebidas encabeçou a alta, com inflação de 1,06%, puxada pelo tomate (17,12%) e pelo café moído (7,07%).
Isto intensifica as preocupações sobre as possíveis medidas que são estudadas pelo governo para reduzir os preços dos alimentos. No mercado, há dúvidas sobre o financiamento dessas políticas. Segundo a “Bloomberg”, uma das medidas avaliadas é o fornecimento de alimentos com custo reduzido por meio de uma rede popular.
Já no cenário global, o mercado segue reagindo à ausência de medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump; e ainda espera por sinalizações nesse sentido. Em comentário mais brando, Trump afirmou que preferiria não ter que tarifar a China. No entanto, o presidente continua fazendo ameaças mais agressivas.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Outra categoria do IPCA-15 com alta relevante foi a de Transportes, que subiu 1,01%, com destaque para as passagens aéreas (10,25%), etanol (1,56%) e gasolina (0,53%). O único grupo com queda nos preços foi o de Habitação, que registrou deflação de 3,43%. A baixa é uma consequência do Bônus de Itaipu, com impactos sobre a energia elétrica.
Logo após as informações da “Bloomberg” de que o governo estudava fornecer alimentos com menor custo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não vai subsidiar a medida, uma vez que não há espaço fiscal para isso. O estudo de políticas para reduzir preços causa preocupação no mercado.
Em entrevista ao canal de televisão “Fox News” nesta quinta-feira (23), Trump afirmou que os EUA têm “um poder muito grande sobre a China, que são as tarifas, e eles não as querem”. Ele completou dizendo que “preferiria não ter que usá-lo. Mas é um poder tremendo sobre a China”.
EUA
Nos índices futuros dos EUA, os mercados operam em queda nesta sexta-feira (24), após o S&P 500 ter atingido um recorde histórico de fechamento no dia anterior. O movimento aconteceu depois que o ex-presidente Donald Trump se manifestou a favor da redução das taxas de juros e da queda nos preços do petróleo.
Em uma entrevista à Fox News, Trump também afirmou que preferiria não precisar recorrer ao uso de tarifas contra a China, a segunda maior economia do mundo.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: -0,02%
S&P 500 Futuro: -0,08%
Nasdaq Futuro: -0,18%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, a maioria dos mercados fechou em alta, acompanhando o bom desempenho de Wall Street, após os comentários de Trump sobre taxas de juros mais baixas e preços mais baratos para o petróleo.
No Japão, o iene se valorizou frente ao dólar após o Banco do Japão aumentar sua taxa de juros pela primeira vez desde julho. Durante a coletiva do governador Kazuo Ueda, a moeda japonesa chegou a ultrapassar brevemente a marca crítica de 155 ienes por dólar, mas logo recuou, enquanto os investidores avaliavam suas declarações.
O BoJ também indicou uma expectativa de inflação mais acelerada nos próximos anos, em relação às projeções anteriores.
O banco central destacou que, caso essa perspectiva se concretize, continuará ajustando a taxa de juros para cima.
Shanghai SE (China), +0,70%
Nikkei (Japão): -0,07%
Hang Seng Index (Hong Kong): +1,86%
Kospi (Coreia do Sul): +0,85%
ASX 200 (Austrália): +0,36%
Bolsas asiáticas
Na Europa, os mercados registram alta, refletindo a repercussão dos comentários do presidente dos EUA sobre a redução das taxas de juros e os preços mais baixos do petróleo.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,14%
DAX (Alemanha): +0,35%
CAC 40 (França): +0,90%
FTSE MIB (Itália): +0,54%
STOXX 600: +0,40%