
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (24) em queda, com atenções voltadas à política tarifária dos EUA e às negociações do Brasil para diminuir os impactos das novas taxas. Investidores também reagem à queda nas projeções para a inflação do Boletim Focus.
Por volta das 10h19 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,52% aos 131.660 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,52%, cotado a R$ 5,7580.
Influenciam o Ibovespa as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump. O presidente decidiu adiar um conjunto de taxas a setores específicas antes anunciadas para 2 de abril, mas deve manter as tarifas recíprocas, a serem aplicadas na mesma data, segundo informações da “Bloomberg News” e do “Wall Street Journal”.
Ainda sobre as tarifas, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, disse que o governo negocia com os EUA sobre as taxas de 25% ao aço e alumínio brasileiros e que uma das alternativas na mesa é a adoção de uma cota de exportação. As afirmações ocorreram nesta segunda-feira (24) em evento organizado pelo “Valor” em São Paulo.
Não só as previsões para a inflação, como também para o dólar e o PIB para 2025, voltaram a cair no Boletim Focus publicado pelo BC (Banco Central) nesta segunda-feira (24). Para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a projeção caiu de 5,66% para 5,65%. Já para o dólar, passou de R$ 5,98 para R$ 5,95.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
O Boletim Focus também mudou suas projeções para o crescimento PIB em 2025, de 1,99% para 1,98%. Já a mediana para a taxa básica de juros do país não foi alterada e permaneceu em 15% neste ano. Apesar de queda nas previsões de 2025, a projeção para a inflação em 2026 subiu de 4,48% pra 4,50%. Já para 2027, ficou em 4%.
Em fevereiro, Trump afirmou que planejava impor tarifas sobre os automóveis importados “na casa dos 25%” e taxas similares para os semicondutores e produtos farmacêuticos. Posteriormente, ele resolveu adiar algumas taxas sobre os automóveis por pressão das três maiores montadoras dos EUA para uma isenção.
A reação do governo às tarifas também move o Ibovespa. “Tive uma conversa com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, e o representante comercial americano, Jamieson Greer. Uma das ideias é estabelecer uma cota”, afirmou Alckmin no evento do “Valor”, sobre as negociações com o país norte-americano.
No campo das empresas, as atenções se voltam à pressão do governo federal para que a Vale (VALE3) compre a mineradora Bamin, sediada na Bahia e controlada por um grupo do Cazaquistão. Segundo o colunista Lauro Jardim, do “O Globo”, essa pressão voltou a ficar forte, mas a Vale segue resistindo.
Outro destaque é a Gol (GOLL4). Um grupo de investidores da empresa assinou um compromisso de financiamento para comprar até US$ 1,25 bilhão do total de US$ 1,9 bilhão (sem contar comissões a serem capitalizadas) em instrumentos de dívida, que vão ser emitidos na data de eficácia do plano de reestruturação.
EUA
Os contratos futuros de ações dos EUA registram alta nesta segunda-feira (24), impulsionados pela expectativa de que a próxima rodada de tarifas do presidente Donald Trump seja mais moderada do que o inicialmente previsto.
De acordo com informações do Wall Street Journal publicadas no domingo, as tarifas deverão ter um alcance mais restrito e provavelmente excluir algumas taxas específicas de determinados setores, com base em declarações de um oficial do governo.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
- Dow Jones Futuro: +0,75%
- S&P 500 Futuro: +0,97%
- Nasdaq Futuro: +1,21%
Bolsas asiáticas
Na Ásia-Pacífico, os mercados fecharam majoritariamente em alta, com os investidores atentos ao prazo iminente para a imposição de tarifas pelos EUA, previsto para 2 de abril.
Em Cingapura, o índice de preços ao consumidor registrou um aumento de 0,9% em fevereiro em comparação ao ano passado, o crescimento mais baixo em quatro anos. Esse número ficou dentro das previsões dos economistas consultados pela Reuters e foi inferior ao índice de janeiro, que havia sido de 1,2%.
Shanghai SE (China), +0,15%
Nikkei (Japão): -0,18%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,91%
Kospi (Coreia do Sul): -0,42%
ASX 200 (Austrália): +0,07%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados estão em alta, com os investidores monitorando os dados preliminares dos índices de gerentes de compras (PMI) do Reino Unido, França, Alemanha e da zona do euro, buscando sinais da atividade econômica nos setores de manufatura e serviços da região.
- FTSE 100 (Reino Unido): +0,63%
- DAX (Alemanha): +1,03%
- CAC 40 (França): +0,66%
- FTSE MIB (Itália): +0,65%
- STOXX 600: +0,50%