O Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta quinta-feira (27) em queda, com investidores respondendo aos resultados da Petrobras (PETR4). Agentes do mercado também reagem à alta da taxa de desocupação da PNAD, do IBGE, para 6,5%, e ao déficit em conta corrente.
Por volta das 10h10 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,10% aos 124.638 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,06%, cotado a R$ 5,8071.
Entre as empresas, as atenções estão voltadas para a Petrobras, que registrou um prejuízo líquido de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024. O lucro da empresa em 2024 foi de R$ 36,6 bilhões. O resultado negativo no último trimestre levou à divulgação de dividendos abaixo das expectativas, o que gerou uma queda dos ADRs da empresa.
De acordo com dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,5% no trimestre móvel que se encerrou em janeiro. Isto representa uma alta de 0,3 p.p. (ponto percentual) em relação ao trimestre móvel anterior.
O Ibovespa também responde ao déficit em transações correntes do país, que chegou a US$ 8,655 bilhões em janeiro, como informou o BC (Banco Central) nesta quinta-feira (27). O valor é maior que o esperado. No acumulado de 12 meses, o déficit equivale a 3,02% do PIB (Produto Interno Bruto). Analistas esperavam US$ 8,3 bilhões em janeiro.
Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa
Para o economista Maykon Douglas, o mercado de trabalho doméstico continua em um momento de aperto, como sugerido pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados na quarta-feira (26). “Mas a PNAD de hoje mostra essa perda gradual de dinamismo nos últimos meses”, pondera o especialista.
O déficit em transações correntes ficou abaixo do esperado por analistas consultados pela “Reuters”, que previam um saldo negativo de US$8,3 bilhões. Por sua vez, os investimentos diretos no Brasil atingiram S$6,501 bilhões, ante US$ 6,55 projetados na pesquisa da agência.
Após queda dos ADRs (American Depositary Receipts) no pré-mercado dos EUA, a Petrobras realiza teleconferência e entrevista nesta quinta-feira (27). Segundo a empresa, o prejuízo no quarto trimestre foi motivado por impactos relacionados ao câmbio e quedas nos setores de exploração, produção, refino e comercialização.
Outros balanços corporativos também movem o Ibovespa, enquanto agentes do mercado esperam os números de pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA, que vão ser divulgados pelo Departamento do Trabalho do país às 10h30 (horário de Brasília). Esses dados podem indicar mudanças no mercado de trabalho.
No mesmo horário, vai ser divulgada a revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA no quarto trimestre de 2024. Esses dados também vão ajudar analistas a entender a situação da economia no país norte-americano e quais devem ser os próximos passos do Fed (Federal Reserve). Outro destaque do país é o balanço da Nvidia.
A gigante da tecnologia e grande aposta nos avanços da IA (inteligência artificial) alcançou um lucro maior que o previsto.
EUA
O presidente do país norte-americano, Donald Trump, afirmou que as tarifas ao México e Canadá vão ser implementadas em 2 de abril e que também vão ser impostas taxas de 25% aos produtos da UE (União Europeia). As declarações ocorreram na primeira reunião de gabinete do presidente, na quarta-feira (26).
Os investidores também aguardam os dados sobre pedidos semanais de auxílio-desemprego e a revisão do PIB do quarto trimestre. Enquanto isso, acompanham notícias sobre as negociações entre EUA e Ucrânia, à espera de um acordo. Para sexta-feira (28), está prevista a divulgação dos dados de inflação, com o PCE.
Agentes do mercado seguem acompanhando as falas de membros do Fed, que vêm repetindo a mensagem de cautela nas decisões sobre os juros. Também reagem ao balanço da Nvidia, que, apesar de ter superado projeções de lucro, teve queda em suas ações no after hours.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,26%
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S&P 500 Futuro: +0,57%
Nasdaq Futuro: +0,64%
Bolsas asiáticas
As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam mistas, após alta nos mercados dos EUA em meio a mais ameaças tarifárias de Trump.
Shanghai SE (China): +0,23%
Nikkei (Japão): +0,30%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,29%
Kospi (Coreia do Sul): -0,73%
ASX 200 (Austrália): +0,33%
Bolsas europeias
Os mercados europeus operam majoritariamente em queda depois das ameaças de Trump de implementar tarifas de 25% às importações da UE. Na agenda de dados econômicos, a Europa reage nesta quinta-feira (27) aos números de emprego na Alemanha.
Além disso, vão ser divulgados os preços ao produtor na França, a inflação ao consumidor na Espanha e o PIB da Suíça. Daqui a uma semana, o BCE vai começar a próxima rodada de reuniões dos bancos centrais. Investidores esperam um corte de juros de 0,25 p.p. (ponto percentual).
Agentes do mercado também aguardam mais dois cortes na taxa até setembro. Os indicadores divulgados nesta quinta-feira (27) podem oferecer mais pistas sobre as próximas decisões. Em meio a esse cenário, Londres é a única em alta, impulsionada pela Rolls-Royce.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,21%
DAX (Alemanha): -0,87%
CAC 40 (França): -0,15%
FTSE MIB (Itália): -1,17%
STOXX 600: -0,32%
