Abertura do Mercado

Ibovespa abre em queda, atentos à inflação no Brasil e EUA; dólar sobe

No ambiente doméstico, a atenção dos investidores se volta para o desempenho do comércio varejista e o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional

Ibovespa abre em queda, atentos à inflação no Brasil e EUA; dólar sobe

Após registrar o pior fechamento do ano, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, inicia o pregão desta quinta-feira (13) em queda, com as atenções divididas entre o cenário nacional e externo.

Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava um leve recuo de 0,21%, aos 124.117 pontos.

Já o dólar comercial seguia o sentido contrário do índice, ao passo que iniciava o pregão com um avanço de 0,16%, cotado a R$ 5,77.

No ambiente doméstico, a atenção dos investidores se volta para o desempenho do comércio varejista e o leilão de títulos prefixados do Tesouro Nacional, enquanto no exterior, os principais pontos de interesse são a inflação no atacado nos EUA e as políticas tarifárias adotadas pelo presidente Donald Trump.

Em relação ao varejo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira (13) que as vendas no setor caíram 0,1% em dezembro, na comparação com novembro, considerando o ajuste sazonal. 

O resultado ficou dentro das expectativas do mercado, alinhando-se com a mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma queda de 1,7% até uma alta de 0,6%.

“Acredito que isso pode até fazer momento de curto prazo, mas não longo prazo, porque eu o juro que está subindo muito”, avalia, Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank

Ibovespa recua enquanto Trump retoma anúncio de tarifas recíprocas 

O presidente Donald Trump novamente assume o centro das atenções, prometendo para hoje o anúncio das tarifas recíprocas.

O Brasil, assim como vários outros países, pode ser afetado por essas tarifas, já que cobra em média 11% sobre os produtos importados dos EUA, enquanto as importações americanas do Brasil enfrentam uma taxa bem mais baixa, de apenas 2%.

No cenário doméstico, os dados do varejo (previstos para as 9h) podem confirmar a desaceleração da economia no quarto trimestre do ano passado, após a queda inesperada no setor de serviços em dezembro. 

Esse dado sugere que o Brasil pode estar enfrentando uma desaceleração econômica, o que leva o mercado a manter as expectativas de juros baixos.

A queda de 0,50% nos serviços prestados em dezembro acelerou as apostas de que a economia entrou em modo de desaceleração já no último trimestre de 2024, o que reforça a ideia de que o Banco Central pode manter a política de juros baixos. A expectativa de crescimento para o setor de serviços era de uma alta de 0,10%.

No Rio de Janeiro, durante um seminário, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comentou que a instituição “vai tomar o tempo necessário para garantir que os dados mais recentes reflitam uma tendência consolidada”. 

No mercado, o DI curto apresentou uma leve queda, enquanto os contratos mais longos subiram, acompanhando o movimento dos Treasuries.

Enquanto isso, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos superou as expectativas, atingindo 3% em janeiro, com o índice núcleo registrando 3,3%. 

Os números acima das previsões esfriaram as expectativas de um corte de juros pelo Fed (Federal Reserve), fazendo com que o mercado adiasse de junho para setembro a projeção de uma possível redução nas taxas.  

Com o aumento das tarifas propostas por Trump, o cenário pode se complicar ainda mais, gerando pressões inflacionárias e atrasando o esperado ciclo de flexibilização monetária do Fed. 

Durante uma nova sessão no Congresso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, repetiu seus recados anteriores, destacando os desafios econômicos que o país enfrenta.

EUA

Após a inflação ao consumidor (CPI) dos EUA registrar um aumento de 0,5% em janeiro, superando as previsões, a percepção de que o Fed (Federal Reserve) tem espaço limitado para mais cortes nas taxas de juros se fortaleceu. 

Nesse cenário, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI) nesta quinta-feira (13). Atualmente, os índices futuros dos EUA apresentam queda, enquanto investidores também acompanham os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego, que serão divulgados ao longo da manhã.

“Hoje, lá fora, saem dados importantes como o auxílio semanal de desemprego e sai também o PPI. Também temos as atitudes do Trump, que ora a taxa e ora cancela a taxa. Então, o mercado fica de olho, esperando por isso”, avalia Bresciani.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: -0,50%

S&P 500 Futuro: -0,27%

Nasdaq Futuro: +0,03%

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas encerram o pregão sem uma tendência definida, com investidores aguardando a reação do mercado após o anúncio do presidente dos EUA sobre as tarifas recíprocas, prometido para esta quinta-feira (13). 

Além disso, o foco também está em aspectos específicos de mercados locais, como a realização de lucros em ações de tecnologia nas bolsas chinesas. No Japão, os sinais são positivos, com os ganhos sendo liderados por ações de exportadoras que podem ser favorecidas pela fraqueza do iene.

Shanghai SE (China), -0,42%

Nikkei (Japão): +1,28%

Hang Seng Index (Hong Kong): -0,20%

Kospi (Coreia do Sul): +1,36%

ASX 200 (Austrália): +0,06%

Bolsas europeias

Nos mercados europeus, as bolsas operam em alta, impulsionadas pelo otimismo gerado pelas negociações entre os EUA e a Rússia, que alimentam a esperança de um possível fim do conflito na Ucrânia. 

A libra esterlina ganhou força, impulsionada pelo crescimento econômico do Reino Unido, que superou as expectativas.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,50%

DAX (Alemanha): +1,02%

CAC 40 (França): +0,86%

FTSE MIB (Itália): +0,31%

STOXX 600: +0,44%

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