Ibovespa abre em queda com contas públicas no radar; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, iniciou o pregão desta sexta-feira (20) em leve queda, com o mercado aguardando dados referentes às contas públicas do Brasil e digerindo as decisões sobre os juros na China e Japão.

Por volta das 10h10 (horário de Brasília) o índice apresentava recuo de 0,016%, aos 133.100,81 pontos.

O dólar comercial, por sua vez, seguia uma performance no sentido contrário, com uma alta de 0,48%, cotado a R$ 5,4521.

Relatório bimestral de receitas e despesas no radar do Ibovespa

Em um dia de agenda mais vazia, as atenções estão voltadas para a divulgação do relatório bimestral de despesas e receitas pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad.

O mercado tem acompanhado com atenção e, sobretudo, com preocupação as notícias referentes às contas públicas, em meio à pressão para redução de gastos por parte do governo federal e cumprimento da meta fiscal.

Esta semana, o banco BTG (BPAC11) passou a considerar o cumprimento da meta fiscal como o cenário mais provável para 2024, devido à inclusão de novas receitas extraordinárias e à expectativa de uma atividade econômica mais robusta.

O banco revisou sua projeção para o resultado primário do governo central em 2024, reduzindo o déficit estimado de R$62 bilhões para R$48 bilhões. Essa atualização considera uma exclusão de R$28 bilhões referentes aos efeitos do desastre no Rio Grande do Sul.

Após anunciar o relatório, o ministro Fernando Haddad participa de cerimônia como palestrante no Congraçamento Acadêmico e de Reconhecimento pelas contribuições à Universidade de São Paulo, às 18h30 (horário de Brasília).

Decisões monetárias na Ásia

O mercado também repercute as decisões monetária na China e Japão. O PBoC (banco central chinês) surpreendeu com a manutenção das taxas de juros. A taxa primária do empréstimo (LPR) de um ano foi mantida em 3,35%, enquanto a LPR de cinco anos permaneceu em 3,85%.

No entanto, observadores do mercado acreditam amplamente que mais estímulos serão adotados para sustentar uma economia em dificuldades, já que o afrouxamento do Fed oferece a Pequim uma margem de manobra para afrouxar a política monetária sem prejudicar indevidamente o iuan.

O BC do Japão também manteve as taxas de juros, após ter elevado a taxa em julho para cerca de 0,25%, da faixa anterior de 0% a 0,1%. O BoJ encerrou sua política de juros negativos em março, praticando seu primeiro aumento da taxa em 17 anos.