O Ibovespa opera em queda nesta quinta-feira (30). Por volta das 10h05 (de Brasília), o índice recuava 0,43% a 99.193 mil pontos, puxado pelos gastos de consumo nos EUA e com a tensão inflacionária no Brasil. Enquanto isso, o dólar dispara no início do pregão.
O sentimento de aversão no mercado internacional impactou o Ibovespa nesta quinta (30), em consequência dos últimos resultados negativos do mercado norte-americano.
Na manhã desta quinta (30), foi divulgado o PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo), que apresentou alta de 0,2% no mês de junho em comparação com maio.
O núcleo do PCE, por sua vez, cresceu 0,3% em maio em relação com abril e 4,7% na base anual.
Ambos os indicadores são importantes referências de preços para o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) definir novas decisões para a taxa básica de juros.
Os dados foram apresentados após a última publicação desanimadora do PIB anualizado dos EUA, que recuou 1,6% no primeiro trimestre deste ano e aumentaram o temor a uma recessão econômica.
Com isso, o dólar opera em alta na manhã desta quinta (30). Às 10h16 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 1,66%, vendida a R$ 5,268.
Já no Brasil, os investidores digerem o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) publicado nesta manhã pelo BC (Banco Central).
A autoridade monetária projetou a taxa de juros real em 5,4% para o fim de 2023 e de 4,4% em dezembro de 2024.
Agora, as expectativas voltam para os desdobramentos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Combustíveis.
A votação do texto pelo Senado está agendada para esta quinta-feira (30), mas corre risco de ser adiada novamente após o (MP) Ministério Público e o TCU (Tribunal de Contas) entrarem com um pedido de suspensão do programa.
Enquanto isso, na Europa, as bolsas operam em queda desde o início do pregão desta quinta-feira (30).
O temor gerado pelas perdas em Wall Street poderia ser aliviado após a publicação de alguns índices de serviços na região, entretanto, não foi o que ocorreu.
A taxa de desemprego da zona do euro caiu em 6,6% no mês de maio – acima do aguardado pelo mercado – enquanto o PIB do Reino Unido cresceu 0,8% no primeiro trimestre deste ano.
As vendas no varejo da Alemanha também cresceram, subindo 0,6% em maio na comparação com abril.
Apesar disso, os desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia e os balanços negativos no mercado norte-americano dominam o sentimento pessimista das bolsas europeias.
Nesse sentido, o governo do Reino Unido informou que aumentará seu apoio militar à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) visando proteger os Estados-membros de ameaças futuras.
Com isso, o temor para um possível aumento da taxa básica de juros pelo BCE (Banco Central Europeu) pode levar as bolsas da Europa a um dos piores pregões do ano, e fechar a semana com as maiores perdas desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
– DAX (Alemanha), -2,43%
– FTSE 100 (Reino Unido), -2,13%
– CAC 40 (França), -2,49%
– FTSE MIB (Itália), -2,50%
Já na Ásia, a direção também foi a mesma das bolsas internacionais: sucessão de quedas no pregão.
Entretanto, os mercados acionários da China foram a grande exceção do dia. Com a divulgação dos PMIs (Índice de Gerente de Compras) de alguns grupos no país, as bolsas chinesas fecharam em alta.
O indicador no setor de manufatura alcançou o resultado de 50,2 no mês de junho, superior aos 49,6 em maio.
Além disso, o subíndice de produção também teve alta de 3,1 pontos percentuais no sexto mês do ano em comparação com o mês anterior, ficando em 52,8 pontos, enquanto o setor de encomendas subiu 2,2 p.p entre maio e junho.
Agora, visando identificar as melhorias nos mercados do país após o governo chinês diminuir as medidas restritivas por conta da Covid-19, os investidores da China aguardam a publicação do PMI Industrial.
As perdas ficaram para as demais bolsas do continente, que seguem reguladas pelo temor norte-americano.
– Nikkei (Japão), -1,54%
– Kospi (Coreia do Sul), -1,91%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -0,62%
– Shanghai SE (China), +1,10%
De volta ao mercado corporativo brasileiro, o conselho de administração da Viveo, CM Hospitalar (VVEO3), aprovou a 5ª emissão de debêntures simples.
Por sua vez, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou a aprovação das regras para o Plano Safra 2022/23, em que o governo federal aplicará R$ 340,88 bilhões em crédito rural para o plano.
Por fim, a Suzano (SUZB3) anunciou a compra das ações da Caravelas Florestal no valor de R$336 milhões.
Ainda no radar do Ibovespa, a companhia também informou que pretende construir uma fábrica de papel Tissue (lenços) e conversão de papel higiênico em papel toalha no município de Aracruz, no Espírito Santo, com capacidade produtiva de 60 mil toneladas por ano.