O Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira (13). Por volta das 10h11 (de Brasília), o índice recuava 1,59% a 103.800 mil pontos, na mesma direção dos mercados internacionais, que digerem o temor sobre o aperto monetário para essa semana. Enquanto isso, o dólar disparava no início do pregão.
O pessimismo registrado no Ibovespa segue a cautela dos acionistas sobre as decisões que o FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) tomará nesta semana.
Após a divulgação da CPI (Inflação ao Consumidor) dos EUA no mês de maio, a expectativa dos investidores é de que o aperto inflacionário seja ainda maior.
De acordo com Larry Summers, ex-secretário do Tesouro norte-ameircano, a maior inflação do país desde 1981 pode ocasionar uma recessão, e que os mercados mundiais precisam estar preparados.
Apesar disso, o dólar opera em alta na manhã desta segunda (13). Às 10h06 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 1,71%, vendida a R$ 5,071.
O sentimento de temor também vai de encontro com a decisão do Copom (Comitê Político Monetário) sobre a inflação no Brasil.
A expectativa é de que a instituição anuncie uma nova alta na taxa básica de juros, o que pode dar fim aos futuros novos ajustes na Taxa Selic.
Nas bolsas europeias, o sentimento de pessimismo também é predominante, reflexo da operação em queda dos mercados.
Também no aguardo da política monetária norte-americana, os acionistas da região digerem as declarações do BCE (Banco Central Europeu).
A instituição confirmou, na última semana, que um novo ajuste na taxa básica de juros será instaurado para os meses de julho e setembro. Além disso, a autoridade monetária também ligou o radar dos investidores italianos, ao afirmar que os juros do bônus do país estão muito distantes dos da Alemanha – principal economia da região.
Mais um fator que aumentou o temor no continente foi a divulgação dos dados de produção industrial do Reino Unido, que recuaram 0,6% em abril em comparação com março.
O resultado foi abaixo do esperado pelos especialistas, o que intensifica a preocupação sobre a inflação norte-americana.
– DAX (Alemanha), -2,19%
– FTSE 100 (Reino Unido), -1,05%
– CAC 40 (França), -2,35%
– FTSE MIB (Itália), -2,53%
No mesmo sentido, os mercados asiáticos também fecharam o pregão desta segunda (13) em queda.
Na China, as indefinições das medidas restritivas voltaram a afligir os acionistas. Após a decisão do governo chinês em flexibilizar os lockdowns na última semana, a possibilidade de novos fechamentos voltou a ser discutida neste final de semana.
Por sua vez, a Coreia do Sul liderou as baixas no final do pregão. A queda de 3,52% foi a mais fraca no país desde o dia 13 de novembro de 2020, período vivido já na pandemia de Covid-19.
Ações de tecnologia e montadoras lideraram as quedas na região, que temem que o aperto monetário norte-americano afaste investidores internacionais de Seul.
Já no Japão, a bolsa de Tóquio registrou quedas de 3,01% nas ações, com o SoftBank (9984) registrando baixa de 6,85%, e o SMC (SMGBY) recuo de 7,2%.
Enquanto isso, a Bolsa de Sydney não operou por causa de um feriado local da Austrália.
– Nikkei (Japão), -3,01%
– Kospi (Coreia do Sul), -3,52%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -3,39%
– Shanghai SE (China), -0,89%
De volta ao mercado corporativo brasileiro, os acionistas da Santo Antônio Energia aprovaram o aumento de capital de R$ 901 milhões da Madeira Energia, em decorrência da integralização de 7.267.560.939 ações ordinárias subscritas por Furnas, de acordo com informações do Estadão.
Já a Eletrobras (ELET6), juntamente com o governo federal, poderá disponibilizar já no mês de julho a assinatura de novos contratos de concessão de 22 usinas hidrelétricas.
Caso o processo seja confirmado após a capitalização da companhia, as hidrelétricas envolvidas poderão vender energia diretamente aos consumidores e a preço de mercado, atuando dentro do ACL (Ambiente de Comercialização Livre).
Por fim, permanecem no radar do Ibovespa os desdobramentos do Carrefour Brasil (CRFB3), que anunciou seu plano para integração do Grupo Big. O documento divulgado na CVM (Comissão de Valores Imobiliários) aponta investimento de R$ 2,1 bilhões na conversão de 124 lojas, um terço da rede varejista brasileira, no processo de incorporação da empresa à companhia francesa. O processo deve ser concluído até o fim de 2023.