Ibovespa abre em queda puxado por receio chinês com lockdowns; dólar também recua

Medidas restritivas na China e PEC dos combustíveis ficam no radar dos acionistas

O Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira (4). Por volta das 10h05 (de Brasília), o índice recuava 0,36% a 98.600 mil pontos, puxado pelos novos anúncios de implementação de lockdowns na China. Na mesma direção, o dólar registra perdas no início do pregão.

Mesmo sem a referência de Wall Street – em que as bolsas estão fechadas devido ao feriado local da Independência – as notícias externas influenciam negativamente o Ibovespa nesta segunda (4).

O governo chinês anunciou que irá instaurar novas medidas restritivas no distrito de Anhui, na China.

A região, que possui 1,7 milhão de habitantes, registrou a alta exponencial de casos de Covid-19 na última semana, o que ligou o alerta dos governantes para fecharem comércios e indústrias novamente no país.

Os acionistas também sentem o temor de dados que serão divulgados nesta semana nos EUA, como a ata do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano) e o payroll – relatório de empregos – da região.

Dessa forma, o dólar opera em queda na manhã desta segunda (4). Às 10h13 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava retração de 0,25%, vendida a R$ 5,315. 

Enquanto isso, no Brasil, a expectativa dos investidores está voltada para a publicação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) referente ao mês de junho.

Além disso, fica no radar também as discussões acerca da provável aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos benefícios, que inclui o aumento do Auxílio Brasil e o Vale-Gás, além da implementação do Auxílio-Caminhoneiro no valor de R$ 1000,00.

Enquanto isso, no mercado europeu, as bolsas esboçam recuperação nesta segunda-feira (4).

A reação no início do pregão foi influenciada pela publicação positiva do PPI (Índice de Preços ao Produtor) da zona do euro em maio.

O índice saltou 36,3% na comparação com o mesmo período do último ano, de acordo com divulgação do órgão estatístico Eurostat.

A desaceleração do indicador foi a primeira desde maio de 2022, período em que os efeitos negativos da pandemia de Covid-19 começaram a ser sentidos.

Agora, os acionistas aguardam a decisão do BCE (Banco Central Europeu) acerca da alteração da política monetária na região, a fim de observar se os resultados do PPI poderão trazer alguma esperança de reajuste menos severo.

– DAX (Alemanha), +0,26%
– FTSE 100 (Reino Unido), +1,24%
– CAC 40 (França), +0,82%
– FTSE MIB (Itália), +0,72%

Já na Ásia, as perdas expressivas ficaram por conta dos desdobramentos da pandemia de Covid-19 na China.

Esboçando reação, as ações japonesas somaram ganhos no pregão, influenciadas pelo anúncio de incentivo monetário pelo governo do país.

Agora, os acionistas da região aguardam a  publicação de dados inflacionários na Coreia do Sul e as decisões de políticas monetárias nos países do continente.

– Nikkei (Japão), +0,84%
– Kospi (Coreia do Sul), -0,22%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -0,13%
– Shanghai SE (China), -0,53%

No mercado corporativo, o cenário de criptomoedas volta a preocupar os acionistas do setor.

O fundo de hedge de criptoativos Three Arrows Capital (3AC) anunciou o pedido de falência nos EUA por meio do “Chapter 15” (Capítulo 15).

No Brasil, a Petrobras (PETR4) confirmou um acordo no montante de R$ 601 milhões pela companhia juntamente à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 

O aporte é referente à cobrança de royalties sobre a operação da SIX (Unidade de Industrialização do Xisto).

Por sua vez, a Gol (GOLL4) realiza nesta segunda-feira (4) a AGE (Assembleia Geral de Acionistas) para eleger os novos membros de seu Conselho. 

Já a MRV (MRVE3) finalizou a venda Solar dos Campos (Lauro de Freitas, na Bahia) e do Florença Garden (Campinas, em São Paulo), empreendimentos da companhia. O valor total da negociação foi de R$ 172,9 milhões.

Ainda no radar do Ibovespa, a Qualicorp (QUAL3) anunciou a aquisição de carteira de 6,7 mil vidas da Care Brasil no segmento “coletivo por adesão”.