Abertura do mercado

Ibovespa abre estável com dados de desemprego; dólar sobe

Investidores estão atentos às políticas tarifárias de Donald Trump e aos dados de inflação dos EUA

Ibovespa abre
Ibovespa / Foto: Pexels

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta sexta-feira (31) beirando a estabilidade, com investidores reagindo aos dados de desemprego pela PNAD Contínua, do IBGE. Neste pregão, estão no radar as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, e dados de inflação no país norte-americano.

Por volta das 10h12 (horário de Brasília) o marcador estava em leve alta de 0,09%aos 127.022 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma alta de 0,17%, cotado a R$ 5,8617.

A taxa de desocupação no país foi de 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, queda de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira (31). O desemprego ficou no teto das expectativas de analistas e indica arrefecimento do mercado de trabalho.

A confirmação de que Trump vai impor tarifas de 25% ao México e Canadá a partir de sábado (1º) também move o Ibovespa. O presidente dos EUA tem elevado o tom de suas declarações, afirmando que as tarifas “podem ou não aumentar com o tempo” e citando a China como próximo alvo, devido ao envio de fentanil ao país.

No país norte-americano, também é aguardada a divulgação do PCE (índice de preços de gastos com consumo), indicador de inflação preferido do Fed (Federal Reserve).

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

“O que os dados nos indicam hoje é justamente que nós estamos tendo um certo acidente: um arrefecimento da atividade econômica e, consequentemente, da inflação” avalia o economista da Valor Investimentos Dante Araujo, sobre os dados da PNAD Contínua. Para ele, isto pode sinalizar uma moderação na escalada da taxa Selic.

As novas ameaças de Trump já repercutiram nos preços de ativos financeiros, com alta do dólar ante o peso mexicano e o dólar canadense, movimento que continuou na manhã de sexta-feira (31), mesmo que de forma mais moderada.

No Brasil, o mercado também reage ao déficit primário do setor público de R$ 47,553 bilhões em 2024, o equivalente a 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com dados divulgados pelo BC (Banco Central) nesta sexta-feira (31). Considerando apenas o mês de dezembro, houve superávit de R$ 15,745 bilhões.

A temporada de balanços das big techs para o quarto trimestre de 2024 também move o Ibovespa. Nesta quinta-feira (30), a Apple anunciou lucro de 36,2 bilhões no período. Por sua vez, a Intel registrou um prejuízo de US$ 126 milhões, uma grande reversão em relação ao lucro de US$ 2,7 bilhões do mesmo período de 2023.

EUA

Os índices futuros dos EUA estão em alta nesta sexta-feira (31), respondendo aos balanços positivos da Apple e da Intel. Investidores aguardam a divulgação do PCE de dezembro, com expectativas do mercado de aceleração para 0,3% no mês e de 2,6% na comparação anual, de acordo com analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Analistas consultados pelo “Valor” avaliam que há perspectivas para a continuidade de uma tendência de desinflação em 2025, mas isto não deve ser suficiente para que o Fed decida retomar o ciclo de corte de juros. Mas apesar das expectativas de uma política monetária mais restritivas, os dados de quinta-feira (30) mostraram que a economia segue forte.

Cotação dos índices futuros dos EUA:

Dow Jones Futuro: +0,20%

S&P 500 Futuro: +0,37%

Nasdaq Futuro: +0,72%

Bolsas asiáticas

As bolsas da Ásia fecharam mistas. Enquanto a de Tóquio registrou alta pelo terceiro pregão seguido, impulsionada por ações no setor da tecnologia e acompanhando NY, Seul teve resultados negativos na volta do feriado. Nos outros mercados do continente, o feriado de ano novo lunar continua.

Shanghai SE (China), fechado por feriado

Nikkei (Japão): +0,15%

Hang Seng Index (Hong Kong): fechado por feriado

Kospi (Coreia do Sul): -0,77%

ASX 200 (Austrália): +0,45%

Bolsas europeias

Os mercados europeus alcançaram uma máxima histórica, com impulso de ações da tecnologia e saúde, mesmo ainda com cautela em razão de prazo final para tarifas ditado pelo presidente dos EUA Donald Trump. O balanço da Hexagon, do setor de tecnologia industrial, mostrou uma alta de 6,2%, enquanto Novartis subiu 2,4%.

O corte de juros pelo BCE também influenciou as bolsas positivamente, com expectativas de que haja mais flexibilização, com as preocupações sobre o crescimento.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,23%

DAX (Alemanha): +0,05%

CAC 40 (França): +0,27%

FTSE MIB (Itália): +0,34%

STOXX 600: +0,29%

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