O Ibovepsa, principal índice do mercado acionário nacional, a B3, inciou o pregão desta terça-feira (3) com oscilações enquanto as atenções se voltam aos debates sobre as medidas estruturais para o equilíbrio fiscal que serão apresentadas pelo Ministério da Fazenda.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o índice apresentava um recuo de 0,18%, aos 136.502 pontos.
Já o dólar comercial seguia o sentido contrário do Ibovespa, ao passo que avançava 0,37%, cotado a R$ 5,69.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que há anos o país não via um conjunto de medidas tão relevante para reorganizar as finanças públicas. Ainda sem a divulgação oficial do pacote, o mercado segue cauteloso.
Nos bastidores, Haddad intensifica articulações no Congresso para viabilizar um acordo sobre o IOF. A ideia é mitigar os efeitos imediatos da proposta e abrir caminho para reformas de maior alcance. A definição pode ocorrer ainda hoje, antes da viagem internacional do presidente Lula.
No fim de semana, Lula buscou se reaproximar do deputado Hugo Motta, reconhecendo que falhou ao não envolver o Legislativo na elaboração do decreto sobre o IOF. Paralelamente, Haddad se movimentou para reforçar o diálogo institucional.
Em encontro na noite anterior com os presidentes da Câmara e do Senado, evitou declarações à imprensa, mas sinalizou disposição para construir consensos.
Segundo ele, os líderes do Congresso têm uma pauta sólida e abrangente, e as conversas caminham para soluções estruturais, que ultrapassam o objetivo imediato de atingir a meta fiscal deste ano e trazem estabilidade para o futuro.
Ibovespa também reage a cenário externo com tensões EUA-China
Enquanto isso, fatores externos também entram no radar dos investidores que também podem influenciar o Ibovespa. As tensões comerciais entre os EUA e países como a China, além da divulgação de indicadores da economia americana, tendem a influenciar o humor dos mercados nos próximos dias.
Donald Trump, presidente dos EUA, e o líder chinês, Xi Jinping, devem se falar durante essa semana, diz membro do alto escalão da Casa Branca, nesta segunda-feira (2), em meio a escalada de tensões econômicas entre as duas potências.
O possível encontro dos líderes surge após uma série de desentendimentos que colocam em risco o acordo firmado em Genebra, na Suíça, firmado semanas atrás. Em abril, os EUA impuseram uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, levando a retaliações severas por parte da China. Posteriormente, os países concordaram em reduzir as tarifas por até 90 dias após negociações.
Entretanto, ambos os lados se acusam de descumprir mutuamente o acordo. O Governo Trump acusa China de atrasar a exportação de minerais essenciais para o país norte-americano, enquanto Pequim critica os EUA sobre alertar contra o uso de chips chineses.
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