
O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, a B3, inicia o pregão desta quarta-feira (12) no positivo, em dia de agenda cheia e holofotes voltados para inflação nacional e a norte-americana.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) o marcador apresentava uma alta modesta de 0,20%, aos 123.873 pontos.
Já o dólar comercial seguia o mesmo sentido do índice, ao passo que avançava 0,47%, cotado a R$ 5,83.
O dólar registrava alta em relação ao real, recuperando parte das perdas do dia anterior, à medida que os investidores analisavam os impactos das tarifas dos EUA sobre os metais, com os dados de inflação tanto do país norte-americano quanto no Brasil no radar.
Ibovespa sobe enquanto mercado assimila alta na inflação
O Ibovespa sobe nos primeiros momentos do pregão desta quarta-feira (12) em meio aos dados de inflação indicam um aumento nos preços, sugerindo que a taxa Selic pode subir ainda mais.
No exterior, os sinais de desaceleração da economia dos EUA intensificam os temores de uma recessão. Além disso, as tarifas de Trump sobre o aço importado continuam a ser um fator de atenção.
A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu para 1,31% em fevereiro, marcando uma aceleração em relação aos 0,16% registrados em janeiro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em sua análise matinal, Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, destacou o impacto significativo da inflação no Brasil, especialmente com o IPCA de fevereiro atingindo 1,31%, o maior número para o mês em 22 anos. Para ele, o índice ficou acima do esperado, refletindo aumentos expressivos nos preços de produtos essenciais como ovos e café.
“O número sempre assusta, 1,31%, não é pouca coisa”, afirmou Gala, comentando a alta de 15% nos preços dos ovos e 10,8% no café moído.
Esse aumento foi o maior para um mês de fevereiro desde 2003, quando a taxa foi de 1,57%. A mediana das estimativas de 36 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data indicava uma alta de 1,32%, com o resultado ficando dentro da faixa das previsões, que variavam de 1,18% a 1,46%.
No acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, o IPCA avançou 5,06%, o maior aumento para o período desde setembro de 2023, quando a variação foi de 5,19%. Esse número é superior ao índice de 4,56% observado nos 12 meses anteriores.
A expectativa do mercado era de uma alta de 5,07%, com as estimativas variando entre 4,90% e 5,21%.
EUA
Os índices futuros das bolsas dos EUA registram alta nesta quarta-feira (12), à medida que os investidores aguardam a divulgação do CPI (índice de preços ao consumidor) de fevereiro. A previsão é de um aumento de 0,3% em relação ao mês anterior e 2,9% na comparação anual.
Esses dados sobre a inflação ao consumidor serão cruciais para determinar os próximos passos da política monetária do Federal Reserve (Fed), especialmente em um momento em que o mercado está cada vez mais preocupado com a inflação e a desaceleração econômica.
Cotação dos índices futuros dos EUA:
Dow Jones Futuro: +0,13%
S&P 500 Futuro: +0,23%
Nasdaq Futuro: +0,28%
Bolsas asiáticas
Na região Ásia-Pacífico, os mercados fecharam de forma mista, influenciados pela incerteza sobre as políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, e pelos receios de uma possível recessão na maior economia do mundo.
A Casa Branca confirmou que as tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio entrariam em vigor no Canadá e em outros países a partir de hoje, mas informou que Trump não tem planos de aumentar ainda mais as taxas sobre as importações de aço e alumínio do Canadá para 50%.
Shanghai SE (China), -0,23%
Nikkei (Japão): +0,07%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,76%
Kospi (Coreia do Sul): +1,47%
ASX 200 (Austrália): -1,32%
Bolsas europeias
Na Europa, os mercados avançam após Trump tentar tranquilizar as preocupações com a economia dos EUA e depois que a Ucrânia aceitou uma trégua de 30 dias com a Rússia.
Os EUA anunciaram que retomariam a ajuda militar e o compartilhamento de inteligência com a Ucrânia, depois que o governo de Kiev concordou com a proposta de cessar-fogo dos EUA, embora a Rússia ainda não tenha se manifestado oficialmente.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,21%
DAX (Alemanha): +0,75%
CAC 40 (França): +0,21%
FTSE MIB (Itália): +0,93%
STOXX 600: +0,58%