Abetura do mercado

Ibovespa abre em queda com expectativa de tarifas; dólar cai

Investidores também reagem ao Boletim Focus e às notícias de empresas

Ibovespa
Ibovespa / Foto: Freepik

Ibovespa, principal índice do mercado acionário nacional, iniciou o pregão desta segunda-feira (31) em queda, com atenções voltadas à confirmação das tarifas recíprocas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Agentes do mercado também reagem às previsões do Boletim Focus e às notícias de empresas

Por volta das 10h18 (horário de Brasília) o marcador estava em queda de 0,90% aos 130.718 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial apresentava uma queda de 0,25%, cotado a R$ 5,7460.

Move o Ibovespa a confirmação, por Trump, de tarifas recíprocas para todos os países, que devem ser aplicadas na quarta-feira (2). A notícia abalou mercados globais e foi citada pelo Goldman Sachs, que elevou a probabilidade de recessão nos EUA para 35%. Além disso, investidores estão atentos ao Boletim Focus, do BC (Banco Central).

Nesta segunda-feira (31), o boletim atualizou as projeções para indicadores econômicos, entre eles o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e a taxa Selic. Para o IPCA em 2025, a mediana das previsões ficou estável, em 5,65%, a mesma de um mês atrás, depois de duas semanas de queda.

Já no mundo corporativo, uma das companhias que mais chamou atenção em março foi a Casas Bahia (BHIA3). No último mês, a empresa divulgou seus resultados trimestrais e contou com a entrada de um novo acionista relevante: Rafael Ferri, fundador da GTF Capital. Em meio a tudo isso, as ações da companhia tiveram uma alta de 289,06%.

Mais detalhes sobre o que move o Ibovespa

A previsão do Boletim Focus para a inflação em 2025 está 1,15 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,5%. Levando-se em conta apenas as 57 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana foi de 5,66% para 5,64%. Já para 2026, a previsão do boletim se manteve em 4,5%, igual ao teto da meta.

A projeção para 2026 ficou estável após duas semanas seguidas de alta. Há um mês, era de 4,40% e, considerando somente as 55 expectativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a previsão também ficou em 4,5%. Por sua vez, o BC espera que a inflação fique em 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, segundo o RPM.

Ainda no Brasil, a valorização da Casas Bahia continua influenciando o Ibovespa. Mesmo com a disparada dos papeis, analistas recomendam cautela ao investir nesses ativos e grandes casas no mercado continuam com recomendação neutra ou de venda. As ações da empresa começaram o mês valendo R$ 2,65 e agora estão em R$ 10,32.

Outra empresa de destaque é a JBS (JBSS3), que anunciou investimentos de US$ 100 milhões na construção de duas fábricas no Vietnã. Elas vão ser as primeiras plantas de processamento de alimentos da empresa localizadas na Ásia. Atualmente, a JBS tem somente uma fábrica de couros no país.

Agentes do mercado também reagem à notícia de adiamento da divulgação dos resultados de 2024 da Reag Investimentos (REAG3). A publicação do balanço estava prevista para esta segunda-feira (31). De acordo com a gestora, o trabalho dos auditores ainda não terminou por conta de algumas informações financeiras pendentes.

EUA

A sessão desta segunda-feira (31) registra perdas nos mercados futuros dos EUA, enquanto os investidores aguardam ansiosamente o “Dia da Libertação” em busca de maiores detalhes sobre os planos tarifários do presidente Donald Trump.

Na quarta-feira, uma nova rodada de tarifas impostas pelo governo Trump entrará em vigor, sendo que o presidente nomeou o dia como “Dia da Libertação”.

Entre as novas medidas, está a aplicação de uma taxa de 25% sobre todos os veículos não fabricados nos EUA. Trump também deve apresentar seu plano para tarifas recíprocas.

Cotação dos índices futuros dos EUA:  

Dow Jones Futuro: -0,45%

S&P 500 Futuro: -0,76%

Nasdaq Futuro: -1,20%,

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas sofreram fortes quedas nesta segunda-feira, dois dias antes da implementação do pacote de tarifas que Trump anunciou para o dia 2 de abril.

As incertezas econômicas geradas por essas tarifas estão prejudicando o apetite por risco dos investidores. Tóquio e Taiwan registraram perdas superiores a 4%, enquanto na China, a queda foi mais moderada, impulsionada por um bom desempenho do PMI Industrial, que superou as expectativas (50,5 pontos em março).

Shanghai SE (China), -0,46%

Nikkei (Japão): -4,05%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,31%

Kospi (Coreia do Sul): -3,00%

ASX 200 (Austrália): -1,74%

Bolsas europeias

Os mercados europeus também estão em queda nesta segunda-feira, com os investidores se preparando para a entrada em vigor das novas tarifas comerciais de Donald Trump.

A venda massiva acontece antes da implementação, na quarta-feira (2), de uma taxa de 25% sobre veículos que não sejam fabricados nos EUA.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,87%

DAX (Alemanha): -1,02%

CAC 40 (França): -1,20%

FTSE MIB (Itália): -1,20%

STOXX 600: -1,11%