O Ibovespa opera de forma volátil nesta quarta-feira (6). Por volta das 10h06 (de Brasília), o índice recuava levemente 0,09% a 98.202 mil pontos, puxado pelo temor em relação à ata do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano. Enquanto isso, o dólar registra novas altas no início do pregão.
A agenda internacional influencia as movimentações do Ibovespa nesta quarta (6), principalmente com os desdobramentos em Wall Street.
O Federal Reserve irá anunciar a ata de sua reunião acerca da política monetária da região, o que pode indicar novos rumos para a taxa básica de juros no país.
Os acionistas aguardam a publicação do documento decisivo para a inflação, enquanto esperam também a divulgação do PMI (Índice de Gerentes de Compras) de serviços no mês de junho, outro importante indicador inflacionário.
Apesar disso, o dólar opera em alta na manhã desta quarta (6). Às 10h21 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava valorização de 0,50%, vendida a R$ 5,413.
No Brasil, o dia com poucos indicadores econômicos faz com que os acontecimentos nos EUA sejam o acontecimento mais importante.
O receio da recessão norte-americana segurou uma possível recuperação da B3, o que levou os investidores a observarem mais de perto os desdobramentos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Benefícios.
O projeto foi adiado pela Câmara e só poderá ser votado a partir da próxima quinta-feira (7). Com isso, o relator deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) manteve o texto aprovado no Senado, que prevê custo de R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos – a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior, de acordo com informações do “Broadcast”.
Também no radar dos acionistas, será divulgado o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais de junho, pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Enquanto isso, o sentimento positivo toma conta dos negócios na Europa, impulsionados pela divulgação de dados industriais na região.
As encomendas à indústria da Alemanha tiveram alta de 0,1% no mês de maio, aumento inesperado pelo especialistas do mercado.
No mesmo sentido, o PMI (Índice de Gerentes de Compras) na zona do euro cresceu 0,2% no período.
Ainda que os dados tenham sido animadores, os investidores agora analisam os desdobramentos da política monetária dos EUA, corroborados pelo PMI norte-americano.
Além disso, a crise política no Reino Unido também é preocupante. Após a renúncia de diversos participantes do governo, o Primeiro-Ministro britânico, Boris Johnson, anunciou que continuará em seu cargo.
– DAX (Alemanha), +1,50%
– FTSE 100 (Reino Unido), +1,68%
– CAC 40 (França), +1,75%
– FTSE MIB (Itália), +0,85%
Em contrapartida, na Ásia, as bolsas fecharam em queda nesta quarta-feira (6), em dia de aumento de temor para uma recessão econômica mundial e de preocupações com a Covid-19 na China.
Após o governo chinês decretar novos lockdowns no país no início desta semana, devido à alta de casos de coronavírus, diversas ações de tecnologia já perderam força na região.
Além disso, de forma generalizada, as bolsas asiáticas também foram puxadas pelo receio de Wall Street, e agora aguardam os direcionamentos da ata do FED.
– Nikkei (Japão), -1,20%
– Kospi (Coreia do Sul), -2,13%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -1,22%
– Shanghai SE (China), -1,43%
O mercado corporativo do Brasil também mexe com os negócios desta quarta (6). A Ambipar (AMBP3) confirmou que a Emergência Participações, controlada da companhia responsável pela prestação de serviços industriais, celebrou um acordo para combinação de negócios com a HPX.
Por sua vez, o Grupo CCR (CCRO3) anunciou na última terça-feira (05) que tanto a Itaúsa (ITSA4) quanto a Votorantim adquiriram parte da Andrade Gutierrez na empresa.
Em comunicado, a empresa de concessão de infraestrutura e serviços afirmou que a Itaúsa adquirirá 208.669.918 ações ordinárias de emissão e a Votorantim adquirirá 91.479.918 ações ordinárias de emissão. Em conjunto, ambas as compras representam cerca de 14,86% do capital social da CCR.
Já a Enauta divulgou que sua produção total de óleo e gás no mês de junho atingiu 543,9 mil barris de óleo equivalente, resultado inferior aos 613,4 mil boe de maio.
Logo, a queda apresentada na comparação mensal foi de 11,3%, visto que a quantidade corresponde a uma média diária de 18,1 mil barris.
Por fim, a Petrobras (PETR4) informou ao mercado um novo reajuste no preço médio do QAV (querosene de aviação).
O preço praticado em 15 refinarias terá o aumento de 3,9% em relação ao valor de 1º de junho, de acordo com informações da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).
A companhia bem rankeada no Ibovespa também informou a conclusão da venda de sua participação de 27,88% na Deten Química, localizada no polo industrial de Camaçari, na Bahia, para a Cepsa Química.