Ibovespa acompanha exterior e fecha em queda; dólar cai

Principal índice da bolsa brasileira fechou desvalorizando 0,072%, a 110.693 pontos

O Ibovespa acompanhou o exterior negativo e encerrou esta segunda-feira (22) em queda. Com temor de aumentos mais agressivos nos juros dos Estados Unidos pelo Federal Reserve, o principal índice da bolsa brasileira fechou desvalorizando 0,072%, a 110.693 pontos. O dólar, contudo, caiu 0,02%, a R$ 5,16. 

No cenário internacional, um dos destaques foi o euro desvalorizando em relação ao dólar. “Esse movimento aconteceu por conta do temor de recessão e inflação alta nos países da União Europeia. Joachim Nagel, dirigente do Banco Central Europeu disse que a instituição deve continuar aumentando os juros, ainda que o risco de recessão seja grande”, analisa Fabio Louzada, economista, analista e fundador da Eu Me Banco. 

Ainda, na próxima sexta-feira (26), o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, pode ditar os novos rumos do banco central norte-americando nos próximos meses. “O que promete mexer com os mercados e gerar forte volatilidade”, aponta Louzada.

No Brasil, o cenário para a inflação continua sendo revisado para baixo em 2022, como divulgado pelo Boletim Focus, do Banco Central, nesta segunda. Assim, a expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano caiu de 7,02% para 6,82%. “Essa previsão aliviou a curva de juros futuros logo pela manhã e reforçou que o ciclo de alta de juros está bem perto do fim”, explica Fabio. 

Com isso, as maiores baixas do Ibovespa nesta segunda-feira ficaram por conta da Petz (PETZ3), que recuou 6,87%. A Embraer (EMBR3) teve queda de 4,25%, enquanto Hapvida (HAPV3) caiu 4,05%. Também no setor de saúde, a Sul América (SULA11) fechou em baixa de 3,41%. 

A Méliuz (CASH3), também entre os destaques negativos, registrou queda de 4,03%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,06% e Via (VIIA3) fechou em baixa de 0,32%. 

A Americanas (AMER3) foi o maior destaque positivo da sessão, saltando mais de 20%, com papéis a R$ 15,83. “A empresa anunciou hoje Sergio Rial, ex-presidente do Santander, como CEO da empresa a partir de 2023. O mercado viu como positivo o anúncio e as ações da companhia refletiram subindo no dia de hoje”, analisa Louzada. 

Ainda entre os maiores destaques positivos, Cielo (CIEL3) valorizou 2,01%. Positivo (POSI3) teve alta de 2,12%. SLC Agrícola (SLCE3) subiu 1,11%. 

No setor de petróleo, a Petrobras (PETR4) também fechou entre os maiores ganhos, subindo 1,95%. Ainda assim, a companhia reverteu a movimentação do dia, que foi negativa. “A eleição de dois nomes para o conselho da Petrobras causou preocupações para os investidores, já que anteriormente os eleitos tinham sido reprovados por comitês internos”, aponta Fabio. As ações PETR3 da estatal subiram 1,59%. Por outro lado, PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) caíram, respectivamente, 1,71% e 1,67%. 

Entre as companhias de mineração, Vale (VALE3) teve queda de 1,40%, a R$ 66. Gerdau (GGBR4) caiu 2,15%. CSN (CMIN3) registrou baixa de 1,88%. Usiminas (USIM5) desvalorizou quase 2%.

No setor de proteína, o dia foi vermelho. Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) caíram, respectivamente, 0,41%, 2,28%, 0,30% e 1,42%. 

Entre os bancos, Santander (SANB11) teve baixa de 1%. Bradesco (BBDC4) caiu 1,12%, enquanto Itaú (ITUB4) registrou queda de 1,16%. O Banco do Brasil (BBAS3) foi na contramão e fechou valorizando 0,97%. 

Com isso, o Ibovespa encerrou a segunda-feira em linha com o exterior. Nos Estados Unidos, Nasdaq caminhava para queda de 2,55%. Dow Jones caía 1,90% enquanto S&P 500 tinha baixa de 2,07%. Na Europa e na Ásia, índices também fecharam no negativo.