O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (05) com queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos. O dólar comercial subiu 0,56%, a R$ 5,74.
O risco de recessão na maior economia do mundo, os EUA, tomou conta dos investidores levando a perdas generalizadas nas Bolsas internacionais e no Ibovespa. O pânico se alastrou após os dados do mercado de trabalho do país.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA,
O país norte-americano apresentou número menor que o esperado na criação de empregos e maior que o esperado no desemprego. Porém, não foram apenas esses fatores que causaram o temor de recessão.
“Se pensarmos só em EUA, as Bolsas subindo há um bom tempo, especialmente a Nasdaq, com as empresas de tech e IA. Havia uma alta sistemática há bastante tempo. O crescimento abaixo do esperado no aumento do nível de emprego nos dados referentes a julho nos EUA acendeu as luzes e detonou esse processo”, comentou Luiz Rogé, economista, gestor de investimentos e sócio da Matriz Capital Asset.
Além dos dados econômicos dos EUA, o conflito mais acirrado no Oriente Médio, e o fato das economias mundiais ainda estarem tentando se recuperar e realizar suas políticas monetárias também causou o impacto visto nas Bolsas e no Ibovespa.
“Acredito que a reação do mercado hoje é exagerada. O mercado sempre exagera para cima ou para baixo. Eu não enxergo a possibilidade de recessão como certa. O que estamos vendo é o ponto de inflexão no crescimento, ou seja, está crescendo menos”, disse o economista.
Esse cenário lança maior pressão para que o Fed (Federal Reserve) reduza a taxa de juros dos EUA, aumentando as expectativas de que isso ocorra em setembro.
Com poucas altas para compor a lista, o Bradesco (BBDC4) e o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) se destacaram no Ibovespa, com o segundo chegando a subir mais de 14%, enquanto o banco colheu os frutos de bons resultados trimestrais.
A GPA (PCAR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 14,98%. Logo atrás, Bradesco ON (BBDC3) e Bradesco PN (BBDC4) registraram altas de 8,30% e 7,59%, respectivamente.
Já na ponta negativa, CVC (CVCB3) liderou as perdas, caindo 5,95%. Em seguida, vieram Eztec (EZTC3) e Alpargatas (ALPA4), com perdas de 4,24% e 3,50%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Bradesco (BBDC3;BBDC4) tem valorização forte
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,83% e 1,32%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,91%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,06%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,63%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 2,19%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e equilibrou em 0,00% Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,15%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 7,59% e 0,67%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,26%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) equilibrou 0,00%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 4,76%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta segunda-feira (05). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,73%, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 1,61%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 desabu 2,22%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 2,99% e 3,43%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 2,60%.