O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou a semana em alta, acumulando ganhos significativos e atingindo uma nova máxima histórica de 131.661,25 pontos. A trajetória ascendente teve início na quinta-feira (14), quando o índice apresentou um expressivo aumento de 2,42%, alcançando os 129.465 pontos na última quarta-feira (13), o maior nível de fechamento desde junho de 2021.
“Temos acompanhado ultimamente um comportamento atípico do Ibovespa relativo a movimentos de capitais e investimentos de origem brasileira e no mundo todo, e o seu status atual realmente é notório, comentou o especialista em Finanças e Tecnologia, Fundador e CEO da Highline Venture Builder e da Artemis, João Fouad.
Nesse sentido, economista e CEO da Multiplike, Volnei Eyng, destaca alguns fatores que contribuíram para esse recorde: “O primeiro é que a bolsa já estava extremamente próxima dessa máxima. O segundo está relacionado ao fato de que, no final do ano, existe uma ausência de notícias políticas relevantes que possam criar ruídos no mercado. Além disso, quando olhamos o cenário externo, observamos, por exemplo, Europa e Estados Unidos com deflação.”
O cofundador e CEO do Accountfy, Goldwasser Neto, enfatiza que o exercício de prever os pontos futuros do Ibovespa é desafiador, mas ressalta a inclinação para uma retomada do interesse dos investidores devido à queda de juros no Brasil e à sinalização do FED sobre o fim do ciclo de alta nos EUA.
Cenário internacional
Nessa linha, o diretor de research e sócio da Quantzed, Leandro Petrokas, destaca a queda de juros nos EUA como o principal driver para a bolsa local e internacional em novembro. Ele projeta um cenário positivo para 2024, com múltiplos atrativos, atividade econômica em recuperação e a perspectiva de continuidade da queda de juros.
“Em novembro, o principal driver para a bolsa local e internacional foi a queda de juros de mercado nos EUA, com isso, o índice apresentou uma alta superior a 12% apenas em novembro. O novo gatilho positivo para o mercado em dezembro foi a definição de juros tanto aqui quanto nos EUA, na ‘super quarta’ (13). Se não tivermos eventos imprevisíveis e altamente impactantes, ainda temos um bom espaço para continuidade do movimento de alta da Bolsa local”, destacou Petrokas.
Petrokas prevê um dólar comportado em 2024, oscilando entre R$ 4,60 e R$ 5,00, com base em fatores como o compromisso fiscal interno, entrada de capital estrangeiro e a expectativa de que os juros internacionais possam começar a cair.
“Mesmo o mercado internacional de ações sendo altamente dinâmico e mutante, isso marca uma tendência clara que apresenta um panorama relativamente favorável e até lucrativo para as transações”, acrescentou.
Máxima histórica do Ibovespa
Fouad destacou ainda que a pontuação máxima do Ibovespa não é fixa e, de fato, varia ao longo do tempo, porque engloba as 92 empresas brasileiras com ações negociadas. “Embora eu não arriscaria a dar uma pontuação máxima exata do Ibovespa no momento, se esta tendência de posicionamento positivo das ações brasileiras continuar, sim, o novo recorde poderá ser superado nas próximas semanas”, afirmou.
Em meio a essas análises otimistas, o mercado financeiro se mostra confiante em um cenário positivo para a bolsa brasileira no próximo ano, impulsionado por diversos fatores econômicos e políticos.