Ibovespa avança 1,26% com alta das commodities e queda nos juros

O principal índice da Bolsa de Valores brasileira encerrou com ganhos de 1,26% na sessão desta quarta-feira (19), retomando os 108 mil pontos pela primeira vez desde 16 de dezembro de 2021. O Ibovespa se beneficiou da alta dos commodities, principalmente do minério de ferro e do petróleo, além do alívio sobre a curva de juros brasileira, o que alavancou os ganhos de ações do setor de varejo e tecnologia.

Os preços do barril de petróleo encerraram em alta pelo quarto dia consecutivo, ampliando ainda mais os ganhos. O barril Brent, o qual atingiu seu maior patamar desde 2014 na sessão passada, registrou alta de 0,58%, a US$ 88,09, enquanto o WTI avançou 1,26%, a US$ 86, 69. As cotações da matéria-prima voltaram a repercutir tensões geopolíticas no Oriente Médio, que podem impactar os estoques globais.

Ainda sobre os commodities, o minério de ferro nos portos da China, principal parceiro comercial do Brasil no setor, avançou 3,90%. Assim, as ações da mineradora Vale, ativo com maior participação no Ibovespa, avançaram mais de 2%.

A produção de petróleo no Brasil em dezembro subiu 4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Apesar do avanço, a confecção, na comparação com novembro, registrou queda de 0,5%. A produção média de gás natural também avançou 4% na comparação anual.

A curva de juros brasileira dá um alívio aos papéis de empresas de tecnologia e do varejo. Os contratos DI caíram em bloco, com o com vencimento em janeiro de 2023, na ponta curta, por exemplo, recuando sete pontos-base, para 12,02%, e os para janeiro de 2029, na longa, recuando 20 pontos, para 11,35%. As ações da Locaweb dispararam mais de 10%.

O Monitor do PIB, calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) registrou uma alta de 1,8% na atividade econômica mensal do país em novembro, atingindo a maior taxa desde julho de 2020. No mês anterior, o indicador havia registrado queda de 1,3%.

Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram em queda, em meio a sinais de aperto monetário no país. Investidores seguem aguardando pela decisão do Banco Central dos EUA (Fed) sobre a retirada de estímulos e reajuste na taxa de juros.

Além disso, o mercado demonstra baixas expectativas sobre a temporada de balanços financeiros. O Bank of America (BofA) afirmou que as pressões salariais são o maior risco para a lucratividade das empresas americanas. “Estimativas negativas e cortes de estimativas provavelmente estão por vir”, disse o BofA.

Na Europa, as bolsas encerraram em alta, com o avanço das commodities e a chegada de balanços do setor de luxo. O índice pan-europeu STOXX 600 registrou alta de 0,23%, a 480,90 pontos.

Ibovespa
O índice avançou 1,26% na sessão, aos 108.013 pontos. O volume negociado atingiu R$ 29 bilhões.

5 maiores altas do Ibovespa 
LWSA3 [+12,52%]
AMER3 [+9,73%]
LAME4 [+9,23%]
BIDI11 [+8,70%]
MGLU3 [+7,47%]

5 maiores quedas do Ibovespa
EMBR3 [-2,79%]
COGN3 [-1,78%]
AZUL4 [-1,44%]
BEEF3 [-1,20%]
BBDC4 [-1,08%]

IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários da B3 (IFIX) avançou 0,18% na sessão, aos 2.807 pontos.

5 maiores altas do IFIX

RCRB11 [+3,24%]
VIFI11 [+3,17%]
GGRC11 [+2,22%]
VGHF11 [+1,56%]
RBRL11 [+1,33%]

5 maiores quedas do IFIX
HSLG11 [-1,60%]
VISC11 [-1,53%]
FIGS11 [-1,21%]
BLMG11 [-1,15%]
QAGR11 [-1,15%]

Dólar
A moeda norte-americana desabou 1,70%, a R$ 5,465 na compra e R$ 5,466 na venda.

Índice pela tarde

Às 17h03 (horário de Brasília) o índice tinha alta de 1,41%, com 108.175 pontos. O dólar apresentava baixa de 1,70%, a R$ 5,46.