Ibovespa encerra em baixa pressionado por exterior; dólar cai

Principal índice da bolsa brasileira caiu 0,42%, aos 115 mil pontos

O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (10) em baixa pressionado por baixas no exterior. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,37%, aos 115.940 pontos. O dólar, por sua vez, caiu 0,22%, a R$ 5,18. 

No exterior, o foco da semana é a divulgação do CPI (Índice de Preços ao Consumidor), na quinta-feira (13). Por aqui, o mercado local direciona as atenções para a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) de setembro e a pesquisa de serviços de agosto. 

Segundo analistas da Travelex, os dados ajudarão o mercado a entender como está o processo inflacionário e a atividade econômica no país. “Além disso, o cenário político segue em foco, com investidores monitorando as pesquisas de intenção de voto para presidente”, apontaram, em nota, os analistas.

Entre as maiores baixas, a Cosan (COSN3) liderou, caindo 6,97%. A empresa anunciou, na última semana, a compra de 4,9% na Vale (VALE3), que encerrou em baixa de 2,24%, pesando no índice Bovespa.

“O ponto mais preocupante dessa aquisição é o dimensionamento dessa operação, que precisa ser compreendida se não foi muito grande e que possa comprometer a estrutura de capital da Cosan. O fato da empresa também estar endividada deixa os investidores preocupados e contribui para os papéis da empresa caírem”, explicou Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed.

Rumo (RAIL3), Natura (NTCO3) e Petz (PETZ3) também fecharam entre os destaques negativos, registrando baixas de 4,87%, 4,36% e 3,69%. No setor de varejo, Magazine Luiza (MGLU3) ganhou 0,19%. Americanas (AMER3) recuou 2,09%. Via (VIIA3) subiu 0,51%.

Os papéis da siderúrgica da CSN (CSNA3) fecharam também entre os maiores perdedores, com queda de 2,17%. As ações da mineradora (CMIN3) recuaram 0,54%. No setor, Usiminas (USIM5) perdeu 0,13% e Gerdau (GGBR4) avançou 0,86%. 

“Temos um surto de gripe aviária na Europa e EUA. Então, é esperada uma menor oferta de frango, o que também puxa a carne bovina para cima, e afeta os papéis no setor”, apontou Petrokas. Com isso, as empresas de frigoríficos se destacaram entre os maiores ganhadores do Ibovespa. BRF (BRFS3) subiu 4,48%. JBS (JBSS3) avançou 4,73%. Minerva (BEEF3) teve alta de 4,18%. 

Com commodities, SLC Agrícola (SLCE3) registrou ganhos de 6,19%, liderando as maiores altas. “Nós temos algumas commodities subindo bem no mercado internacional devido à visualização do mercado de aumento de risco geopolítico com a piora da tensão entre Ucrânia e Rússia”, apontou o analista da Quantzed.

Fechando o ranking de destaques positivos, Suzano (SUZB3) teve alta de 4,16%. No setor, Klabin (KLBN4) subiu 2,31%.

No setor de petróleo, Petrobras (PETR3;PETR4) perdeu 0,83% e 0,98%. PetroRio (PRIO3) recuou 1,75%. Petrorecôncavo (RECV3) registrou queda de 0,52%. 3R Petroleum (RRRP3) subiu 0,16%. “O motivo por trás das quedas é o movimento de realização de lucros após fortes altas”, explicou Petrokas.

Em Wall Street, Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 fecharam em baixa, como o Ibovespa, recuando 1,04%, 0,32% e 0,72%, respectivamente. Europa e Ásia também tiveram dia negativo.