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Ibovespa cai após ameaças de Trump; dólar sobe

Ibovespa / Foto: CanvaPro
Ibovespa / Foto: CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (7) com baixa de 1,23%, aos 139.530,08 pontos. O dólar comercial subiu 0,99 %, a R$ 5,48.

As bolsas globais tiveram um dia de tensão e cautela, já que o presidente Donald Trump renovou as ameaças tarifárias a diversos Estados ao redor do mundo. Não bastasse o receio geral, o Brasil foi diretamente atravessado por declarações de Trump em dois momentos: a ameaça ao BRICS e o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sobre o BRICS, grupo do qual o país é um dos principais integrantes, Donald Trump escreveu que “Qualquer país que se alinhe com as políticas antiamericanas dos BRICS pagará uma TARIFA ADICIONAL de 10%”.

Em resposta, os BRICS disseram que “demonstraram resiliência e continuarão a cooperar entre si e com outros países para salvaguardar e fortalecer o sistema multilateral de comércio não discriminatório, aberto, justo, inclusivo, equitativo, transparente e baseado em regras, tendo a OMC como seu núcleo, evitando guerras comerciais que possam mergulhar a economia global em recessão ou prolongar ainda mais o crescimento contido”, diz o trecho de documento oficial.

Apesar de barulhentas, especialistas ouvidos pela Agência Brasil não acreditam que as ameaças irão frear o comércio do BRICS. Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, acredita que esse movimento de Trump pode adiantar o envolvimento dos EUA nas próximas eleições presidenciais do Brasil, em 2026.

“Na minha opinião, não tínhamos motivos tão claros para termos uma realização até então, mas com esse posicionamento mais intenso de ataques do próprio Trump colocando em xeque o que pode vir nas novas eleições, com uma intervenção direta dos Estados Unidos podendo taxar o Brasil de uma forma mais forte, com certeza é a razão, pelo menos para nesse momento, termos essa realização.” escreveu Correia

No cenário nacional, os investidores continuam acompanhando os desenvolvimentos após a derrubada do decreto que aumenta a alíquota do IOF, medida tomada por Alexandre de Moraes.

O dólar oscilou entre R$5,48 e R$5,44, mas conseguiu fechar estável. O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda de 0,31%, aos 97,48 pontos.

Maiores altas e maiores quedas

O pregão da B3 fechou com a BRF (BRFS3) liderando as maiores altas, com aumento de 7,30%. A empresa é seguida pela MRF (MRFG3), com alta de 4,72%. A terceira foi a Vamo (VAMO3), com crescimento de 1,76% e a lista verde fecha com Marcopolo (POMO4), alta de 1,23%.

A lista vermelha é encabeçada pela Engie (EGIE3), com recuo de 5,72%. A empresa é seguida pela Totvs (TOTS3), recuo de 4,55% . Cia Brasileira de Distribuição (PCAR3) fechou com recuo de 4,04% e a lista fecha com a Raia Drogasil (RADL3), queda de 3,14%

Variações por setor

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,40% e 0,28%, respectivamente Prio (PRIO3) valorizou 2,18%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 2,18%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,48%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,79%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) operou em baixa 1,14%. Banco do Brasil (BBAS3) operou em queda de 1,25%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,96% e 1,09%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,84%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,19%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 13,12%.

EUA

Voltadas às atividades após o feriado de 4 de julho, as principais bolsas de Wall Street terminaram o dia no vermelho. Os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,76% e 0,92%, respectivamente. Dow Jones também subiu 0,94%.

Como dito anteriormente, esta segunda foi marcada pelos avanços tarifários de Donald Trump; as bolsas dos EUA não passaram incólumes por essas preocupações, inclusive, as bolsas de Nova Iorque iniciaram o dia em queda.

O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou que o governo notificará até 1º de agosto os países sem acordo sobre o retorno das tarifas implementadas em 2 de abril.

Puxando um pouco mais para o cenário político, Elon Musk anunciou durante o fim de semana a pretensão de criar um novo partido política: o Partido América. De acordo com o bilionário, o novo partido terá independência política. Após o anúncio, as ações da Tesla caíram 3%.