Marcando mais um dia de baixas, o Ibovespa encerrou em queda nesta terça-feira (17) em meio a tensão instaurada na política com o noticiário fiscal e a crise institucional. Apesar de ter apresentado um desempenho inferior ao de índices internacionais, o principal benchmark brasileiro seguiu o resultado negativo no exterior.
No cenário interno, a votação da reforma do Imposto de Renda é aguardada por todos do mercado. O texto, que gerou polêmica e foi criticado por diversas entidades econômicas, deve ser votado nos próximos dias, embora os parlamentares ainda não tenham chegado a um acordo.
Além disso, a atenção estava voltada a investigação aberta pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao utilizar um espaço em TV pública para atacar o sistema eleitoral do Brasil sem ter provas.
Lá fora, a preocupação com o avanço da variante Delta da Covid-19 e seu consequente impacto na economia global continua assolando investidores, algo intensificado pelos dados fracos dos Estados Unidos.
No território norte-americano, as vendas no varejo recuaram 1,1% em julho, segundo o Departamento do Comércio. A queda veio acima do projetado para o mês, já que economistas consultados pela Reuters esperavam uma baixa de 0,3%.
A produção industrial, por sua vez, avançou 0,9% em julho ante junho.
Também lá fora, a tomada de Kabul, capital do Afeganistão, pelo Talibã repercute em todo o mundo.
Já as bolsas asiáticas voltaram a registrar baixas após os dados de produção industrial, divulgados ontem, terem decepcionado o mercado e ilustrado um enfraquecimento na recuperação da economia chinesa.
Bolsa
O Ibovespa caiu 1,07%, a 117.903 pontos com volume financeiro negociado de R$ 38,052 bilhões.
Dólar
O dólar comercial teve leve queda de 0,2% a R$ 5,27 na compra e a R$ 5,27 na venda.
Ibovespa ao meio-dia
Às 11h59 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,82%, a 118.200 pontos. O dólar comercial operava em queda de 0,44% a R$ 5,26.
O desempenho do mercado brasileiro nesta terça (17) reflete a pressão do cenário político diante da votação da redorma do Imposta de Renda. Por volta das 10h40, segundo o Valor Econômico, Vale ON recuava 0,17%, enquanto Petrobras ON subia 1,23% e Petrobras PN avançava 0,96%. Nos bancos, Itaú Unibanco PN caía 0,03% e Bradesco PN tinha queda de 0,35%.
Como foi a abertura do Ibovespa?
Às 10h50 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 0,88%, a 118.135 pontos. O dólar comercial operava em queda de 0,58% a R$ 5,25.
Nesta terça-feira (17), o Ibovespa opera em queda seguindo o movimento da maior parte das bolsas internacionais.
Pré abertura da Bolsa
O Ibovespa encerrou com forte recuo na segunda-feira (16) e chegou em seu menor patamar desde 30 de julho, quando caiu 3,08%, e o menor nível de fechamento desde 4 de maio, quando havia encerrado o pregão a 117.712 pontos. O desempenho na sessão foi afetado pelo dia conturbado no exterior e por ruídos políticos em Brasília.
Ainda no Brasil, investidores seguem monitorando o noticiário fiscal e a possível votação da reforma do Imposto de Renda (IR) pela Câmara.
Na Sessão desta terça-feira (17) a maior parte das bolsas mundiais operam em queda em meio a receios em relação às consequências da variante Delta no avanço da economia, que foram intensificados com dados da China apresentando desempenhos piores que o esperado.
Ainda há temores referentes ao impacto econômico no conflito geopolítico da invasão do Taleban (veja mais aqui).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na segunda-feira que a ofensiva do Taleban foi mais rápida do que o esperado. O comentário veio em meio a críticas sobre a sua gestão, que foram rebatidas por ele, que disse que não tinha responsabilidade sobre as cenas de pânico, quando milhares de pessoas tentaram fugir pelo aeroporto de Kabul (veja mais aqui).
Em relação às bolsas dos EUA, o índice S&P dobrou desde seu patamar mais baixo durante a pandemia, que foi registrado em 23 de março do ano passado.
Na Europa, o índice Sotxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, cai 0,3%. Grande parte dos setores e as principais bolsas apresentam perdas.
Nesta manhã, dados sobre empregos no Reino Unido foram divulgados e sinalizaram a adição de 182 mil novos funcionários às folhas de pagamento no país em julho. Além disso, o Escritório Nacional de Estatística do Reino Unido apontou que a taxa de desemprego chegou a 4,7%, menor que o esperado por analistas ouvidos pela Reuters.
No segundo trimestre deste ano, a variação do emprego na zona do euro teve alta de 1,8%, ficando que o recuo de 2,1% que era esperado por economistas. O PIB da região também avançou 13,6%.
Dados oficiais também foram divulgados na Ásia, a China viu suas vendas no varejo subirem 8,5%, ficando abaixo da expectativa de avanço de 11,5% de analistas ouvidos pela Reuters.
De acordo com a avaliação do Goldman Sachs, a alta nos casos de Covid deve desacelerar o crescimento econômico do país, mas o impacto não deve ser grande nos EUA e na Europa.
Na sessão desta terça-feira, a maioria das bolsas asiáticas apresentaram quedas, devido a receio em relação a pressões regulatórias sobre empresas de internet da região. De acordo com o Infomoney, as autoridades locais publicaram um esboço de regras visando barrar competições injustas na internet.
Confira os principais índices às 7h33:
ÁSIA
Nikkei 225 [-0,36%]
S&P/A SX 200 [-0,94%]
Hang Seng [-1,66%]
Shanghai [-2,00%]
EUROPA
DAX [-0,25%]
FTSE 100 [+0,15%]
CAC 40 [-0,53%]
SMI [+0,20%]
ÍNDICES FUTUROS EUA
US 30 [-0,64%]
US Tech 100 [-0,37%]
S&P 500 VIX [+2,83%]
US 2000 [-1,30%]
COMMODITIES
Ouro [+0,38%] US$ 1.796,50
Prata [+0,39%] US$ 23,892
Cobre [-0,72%] US$ 4,2955
Petróleo WTI [-0,64%] US$ 66,61
Petróleo Brent [-0,50%] US$ 69,13