O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (19) com queda de 0,47%, aos 133.122,67 pontos. O dólar comercial caiu 0,70%, a R$ 5,42.
O Ibovespa operou nesta sessão digerindo o resultado da “superquarta”. O Fed cortou a taxa de juros nos EUA, ao passo que o Copom subiu a Selic (taxa básica de juros) no Brasil, o que não agradou o mercado, mesmo que as decisões já fossem esperadas.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, avançou fracamente 0,05%, a US$ 101,64.
O Fed (Federal Reserve) reduziu os juros dos EUA em 0,50 p.p., levando a taxa básica à faixa de 4,75% a 5% ao ano. Enquanto no Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) subiu a Selic em 0,25 p.p., levando a taxa a 10,75% ao ano.
Para os agentes do mercado, o comunicado do colegiado do BC (Banco Central) foi muito “hawksh”.
“A decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25% apesar de ‘esperada e precificada’ pelo mercado, acabou afetando os ativos domésticos e com a expectativa do mercado de mais aumentos nas próximas reuniões trouxe uma continuação do movimento de realização dos últimos dias”, analisou Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
“Mesmo com o COPOM aumentando juros, o mercado segue com o pensamento de que para investir aqui eles precisam de mais prêmio de risco, impulsionando os juros futuros para cima”, prosssegiu.
No quadro norte-americano, o Fed ainda indicou que deve fazer um outro corte na taxa de juros este ano, o que, segundo Silva, beneficiou tanto os ativos de renda variável quanto o enfraquecimento do dólar frente ao real.
No radar corporativo, as ações ligadas ao minério de ferro lideraram as maiores altas no Ibovespa, com destaque para CSN Mineração (CMIN3), CSN (CSNA3) e Vale (VALE3).
Ainda no setor de commodities, os preços internacionais do petróleo tiveram fortes altas, devido aos conflitos recentes no Oriente Médio. Isto incentivou uma alta também nas ações PN da Petrobras (PETR4).
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Enquanto isso, a Brava Energia (BRAV3), antiga 3R Petroleum (RRRP3), teve o pior desempenho do Ibovesoa na sessão, após anunciar que prorrogou a interrupção de produção em um de seus campos. A retomada da produção no FPSO Papa-Terra só deve correr em dezembro, segundo a companhia.
“Entre as quedas, empresas mais expostas à alta de juros internos ou com menor apelo internacional, como o setor de varejo e consumo, como é o caso de CVC (CVCB3), Assaí (ASAI3), Rede D’Or (RDOR3) e Vamos (VAMO3), que se prejudicam de um cenário com juros mais altos”, explicou o analista.
A Marfrig (MRFG3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 4,32%. Logo atrás, BRF (BRFS3) e Prio (PRIO3) registraram altas de 4,20% e 1,90%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Brava Energia (BRAV3) liderou as perdas, caindo 9,40%. Em seguida, vieram Assaí (ASAI3) e Hapvida (HAPV3), com perdas de 5,72% e 4,08%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,30% e avançaram 0,33%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,90%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 1,20%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,16%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,48%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,27% e 1,20%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 1,38% e 0,30%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,13%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 4,45%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 3,02%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quinta-feira (19). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,55%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 2,29%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,36%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,70% e 2,51%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,26%, o índice bateu um recorde de pontuação, chegando aos 142 mil pontos pela primeira vez na história.
