Ibovespa despenca após fala de Lula; dólar dispara

Ibovespa fechou em queda de 3,61%, aos 109 mil pontos

O Ibovespa encerrou em baixa com declarações do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que há gastos públicos que têm que ser considerados como investimentos, voltando a criticar o mecanismo de teto de gastos. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira teve baixa de 3,61%, aos 109.475 pontos nesta quinta-feira (10). O dólar, por sua vez, subiu 3,30%, a R$ 5,35.

“O mercado está preocupado com a quebra do teto de gastos, já que Lula não tem mostrado preocupação em relação ao cumprimento de gastos. E é isso que tem feito o Ibovespa cair forte hoje e o dólar subir com força”, explicou o analista Rodrigo Cohen, da Escola de Investimentos.

Também nesta quinta, foi divulgado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de outubro, que mede a inflação no País. O índice teve alta de 0,59%, encerrando uma sequência de três meses em deflação: em julho, agosto e setembro, as variações haviam sido de -0,68%, -0,36% e -0,29%, respectivamente. 

“Chamou atenção a inflação mais alta em Alimentação e Bebidas, Vestuário, Saúde e cuidados pessoais, o que reflete o aquecimento da economia, que foi incentivado pelos auxílios sociais”, comentou o analista.

A Azul (AZUL4) puxou as maiores baixas e despencou 17,96%. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre de 2022. 

Hapvida (HAPV3) derreteu 14,07%, após reportar lucro líquido de R$ 35,2 milhões no terceiro trimestre de 2022, uma queda de 19,5% na comparação anual. No setor de saúde, Rede D’Or (RDOR3), Qualicorp (QUAL3) e Sul América (SULA11) recuaram, respectivamente, 0,84%, 2,47% e 2,60%. 

Yduqs (YDUQ3) também encerrou entre destaques negativos, com queda de 13,85%. No setor, Cogna (COGN3) recuou 5,36%.

Carrefour (CRFB3) e Positivo (POSI3) fecharam o ranking de maiores perdedores, com baixas de 13,12% e 12,33%, respectivamente. 

Na contramão, as altas foram puxadas pelo setor de mineração, com CSN (CMIN3) e Vale (VALE3) subindo 2,77% e 1,90%. No setor, Usiminas (USIM5) recuou 4,87%. Gerdau (GGBR4) subiu 0,32%. 

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), ambas no setor de papel e celulose, também fecharam entre destaques positivos, com altas de 2,58% e 0,31%. 

Embraer (EMBR3) subiu 0,37%, fechando os maiores ganhadores da sessão. 

No setor de petróleo, Petrobras (PETR3;PETR4) caiu 1,33% e 2,97%. PetroRio (PRIO3) perdeu 2,34%. Petrorecôncavo (RECV3) recuou 3,43%. 3R Petroleum (RRRP3) teve baixa de 6,47%. 

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) registrou queda de 11,19%. Americanas (AMER3) perdeu 9,36%. Via (VIIA3) recuou 7,50%. As três divulgam, nesta quinta-feira, seus balanços do terceiro trimestre.

No setor bancário, Santander (SANB11) teve queda de 3,90%. Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,19%. Itaú (ITUB4) desvalorizou 3,23%. Bradesco (BBDC4) fechou em baixa de 3%.

“Bancos caíram por motivos sistêmicos, com receio com a política fiscal, além de Bradesco estar puxando os resultados para baixo, devido ao balanço ruim”, disse o analista.

Nos Estados Unidos, no entanto, as bolsas fecharam na contramão do Ibovespa, com inflação de outubro abaixo do esperado. Nasdaq subiu 7,35%, Dow Jones avançou 3,70% e S&P 500 teve alta de 5,43%. 

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