Ibovespa despenca em cenário de receio com a inflação global

O dólar comercial dispara a R$ 5,44

O principal índice da Bolsa de Valores brasileira encerrou o pregão desta segunda-feira (4) em queda de 2,22% caindo para 110 mil pontos, revertendo a recuperação do Ibovespa na última sexta (1), quando registrou alta de 1,73% a 112 mil pontos. Entre os motivos da baixa está uma preocupação maior em relação a alta na inflação global, além do temor com uma possível quebra da Evergrande.

De acordo com o Boletim Focus divulgado nesta segunda, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano com alta acumulada de 8,51%. A previsão dos economistas desta semana é 0,06% maior do que a da última semana. Há um mês, a projeção de alta era de 7,58%, quase 1%. de diferença.

A cotação do petróleo no mercado internacional voltou a subir depois que a Opep divulgou a permanência do nível de produção para novembro em 400 mil barris de petróleo por dia. Era previsto que a oferta fosse ainda maior, com preocupações de que o alto preço da matéria-prima contribua com a inflação global e a seja obstáculo à retomada econômica pós-pandemia.

Nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano voltaram a subir, demonstrando a expectativa de alta da inflação no país, e consequentemente, a de alta dos juros. As ações das empresas de tecnologia, as que mais tomam crédito para investir em expansão, foram penalizadas, puxando as Bolsas de Wall Street para baixo.

Entre as maiores perdas do dia estão as ações do Facebook, que virou centro de um escândalo após uma ex-funcionária vazar documentos à imprensa e ao Congresso americano, mostrando que executivos da empresa estavam cientes de impactos negativos da plataforma para os jovens. Além disso, as plataformas vinculadas ao Facebook apresentaram forte instabilidade, as ações da companhia despencaram quase 4%.

No Reino Unido, o exército britânico foi escalado para levar combustível aos postos de alguns regiões, por cinta da falta de caminhoneiros para fazer o transporte do produto. De acordo com especialistas ouvidos pela CNBC, o problema pode se espalhar por outros países da Europa.

 A negociação dos papéis da Evergrande foram pausadas, por conta das dúvidas em relação a saúde financeira da incorporadora. Além disso, as negociações dos papéis da subsidiária Evergrande Property Services também foram pausadas. A empresa afirma que espera-se um anúncio quanto a uma “possível oferta geral por ações da companhia”.

Ibovespa

O principal índice da B3 encerrou o pregão em queda de 2,2%, aos 110.393 pontos. O volume negociado foi de R$ 33,056 bilhões.

Dólar

O dólar comercial subiu 1,44%, a R$ 5,446 na compra e R$ 5,447 na venda.

Indíce pela tarde

Às 16h30 (horário de Brasília), o índice registrava baixa de 2,33%, aos 110.270 pontos. O dólar comercial tinha valorização de 1,45%, a R$ 5,44.

Às 15h08 (horário de Brasília), o principal benchmark da bolsa despencava 2,29%, aos 110.310 pontos. O dólar comercial avançava 1,37%, a R$ 5,44.

Índice pela manhã

Às 10h31 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em queda de 1,44%, aos 111.269 pontos. O dólar comercial operava em alta de 0,69%, a R$ 5,40.

Nesta segunda-feira (4), o Ibovespa opera em queda diante de um dos assuntos que mais repercute no Brasil e no cenário internacional é a “Pandora Pepers”. Neste domingo (3), o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) divulgou uma série de reportagens que expuseram negócios offshore, empresas que executam suas atividades afastadas do seu território de origem, de algumas celebridades e líderes mundiais (veja mais aqui). Entre as personalidades citadas, estão o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Em relação ao mercado asiático, a Hopson Development planeja pagar cerca de R$ 27 bilhões (na cotação atual) por 51% da unidade de serviços imobiliários da Evergrande. As negociações das companhias foram temporariamente nesta segunda na bolsa de Hong Kong (veja mais aqui). 

Pré abertura da Bolsa

O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (1º) em alta de 1,73%, 112 mil pontos, após fechar o mês de setembro com o pior resultado desde março de 2020. O cenário externo influenciou positivamente a retomada do índice, com o otimismo dos mercados em relação ao novo tratamento oral para a Covid-19 da farmacêutica Merck.

Ainda no Brasil, atenção para a divulgação de indicadores econômicos, como dados do IPCA, varejo e indústria, além do tradicional Relatório Focus. Na sessão desta segunda-feira (4), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) se reúne para discutir o nível de produção da commodity.

Os índices futuros norte-americanos recuam nesta manhã. Na sexta-feira, as principais bolsas estadunidenses registraram altas com as expectativas sobre o novo medicamento oral contra a Covid da Merck, que impulsionou os papéis de empresas ligadas a reabertura da economia.

As empresas pedem que o uso emergencial do medicamento seja aprovado.

Na Europa, as bolsas operam em alta. O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, tem queda de 0,3%, com as ações do setor automotivo liderando as perdas.

Já a Ásia vê suas bolsas terem desempenhos variados entre si. O mercado chinês permanece fechado nesta segunda-feira devido ao feriado da Semana Dourada. Apesar disso, as preocupações com a incorporadora Evergrande seguem no radar.

Os papéis da empresa negociados na China foram pausados, em meio a receios sobre a saúde da empresa. Na última semana, a Evergrande deixou de pagar os juros de dois títulos.
 
 
Confira os principais índices às 8h10:
 
ÁSIA
Nikkei [-1,12%]
S&P/A SX 200 [+1,29%]
Hang Seng [-2,19%]
Shanghai [+0,90%]
 
EUROPA
DAX [-0,36%]
CAC 40 [-0,33%]
SMI [+0,10%]
 
ÍNDICES FUTUROS EUA
S&P 500 VIX [+3,12%]
US 2000 [-0,80%]
US Tech 100 [-1,98%]
US 500 [-1,21%]
 
COMMODITIES
Ouro [+0,69%] US$ 1.770,50
Prata [+0,74%] US$ 22,703
Cobre [+1,17%] US$ 4,2373
Petróleo WTI [+2,28%] US$ 77,61
Petróleo Brent [-0,02%] US$ 81,28
Minério de ferro futuro [-3,25%] US$ 115,76

 

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