O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (15) com alta de 2,81%, aos 122.650,20 pontos. O dólar comercial caiu 0,36%, a R$ 6,02.
O Ibovespa costurou mais uma sessão de recuperação se baseando no cenário econômico externo. Os números do CPI (índice de preços ao consumidor) dos EUA foram o ponto de destaque do dia, e o alívio ajudou também a derrubar o dólar pela terceira vez seguida.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 0,16%, a US$ 109,10.
Os dados do Departamento do Trabalho dos EUA revelaram que o CPI subiu 0,4% em dezembro, após uma alta de 0,3% no mês anterior.
A taxa anualizada ficou em 2,9%, um aumento em relação aos 2,7% registrados em novembro. Economistas esperavam aumentos de 0,3% e 2,9%, respectivamente.
Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, afirmou que o mercado ficou satisfeito com o dado do núcleo da inflação, que desacelerou depois de quatro meses seguidos de alta. O núcleo exclui alimentos e energia.
“Na minha opinião, isso mostra que a economia dos EUA está voltando ao equilíbrio, e isso traz um alívio para o Fed reduzir os juros no país na próxima reunião, no final do mês. Na CME, as apostas de que os juros vão cair em 25 pontos base aumentaram e também aumentou a chance de os juros caírem mais uma vez depois dessa reunião, pelo menos mais duas vezes”, salientou o analista.
No quadro interno, o Tesouro Nacional apresentou os números das contas do governo central – que engloba Tesouro Nacional, BC (Banco Central) e Previdência Social – e tiveram um déficit de R$ 4,5 bilhões em novembro de 2024. No acumulado do ano, de janeiro a novembro, o rombo chega a R$ 66,8 bilhões.
A expectativa do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, é que as contas do governo central em 2024 fiquem dentro da banda de tolerância da meta fiscal. A meta do ano passado era de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB (Produto Interno Bruto), o que corresponde a cerca de 29 bilhões de reais.
Além disso, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) revelou que o setor de serviços recuou 0,9% em novembro, após alcançar recordes na série histórica entre outubro e setembro.
O resultado veio abaixo das expectativas dos analistas, que projetavam queda de 0,4%, segundo a mediana de projeções coletadas pelo portal Valor Data. A avaliação dos especialistas é que em 2025 essas atividades desacelerem de forma mais intensa em relação a 2024.
No radar corporativo, o avanço nos preços internacionais do petróleo, refletindo o alívio com o acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza, anunciado no começo da tarde desta quarta-feira, surtiu um efeito positivo sobre as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) e as demais empresas do setor, ajudando o Ibovespa. O Brent subiu 2,64%, enquanto o WTI avançou 3,28%.
Se o acordo for implementado, o Hamas vai liberar 33 reféns na primeira fase, apurou a “CNN”. Com isso, centenas de prisioneiros palestinos também seriam liberados por Israel.
“O alívio nos juros futuros contribui para altas de empresas de setores cíclicos como Magalu, Casas Bahia e Assaí, e também para a alta das construtoras como Cyrela e Eztec, que sobem refletindo o otimismo com a queda nos juros futuros”, explicou Cohen.
A Hapvida (HAPV3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 10,45%. Logo atrás, Vamos (VAMO3) e Yduqs (YDUQ3) registraram altas de 9,44% e 8,37%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Marfrig (MRFG3) liderou as perdas, caindo 1,76%. Em seguida, Klabin (KLBN11) teve perdas de 0,51%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e bancos tradicionais avançam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,31% e 1,28%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,90%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 1,45%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 3,40%. Usiminas (USIM5) valorizou 5,77%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 4,34% e 2,52%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações de 3,50% e 3,53%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 7,78%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3006%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 5,84%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quarta-feira (15). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 1,50%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,69%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,33%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 1,83% e 2,45%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,65%.