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Ibovespa aos 145 mil pontos em 2024? Otimismo cauteloso definem analistas

O BP Money reuniu análises de especialistas com prejoções para o principal índice acionário brasileiro; veja

Em meio a um cenário de queda de inflação, a partir do ciclo de cortes no juro iniciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), a Bolsa de Valores brasileira deve ser impulsionada a atingir os 145 mil pontos. É o que aponta o analista da Terra Investimentos, Luis Novaes, em resposta ao BP Money.

De acordo com o especialista, embora “não vejamos gatilhos para uma valorização expressiva no mês de janeiro”, o principal índice do mercado financeiro nacional deve apresentar uma performance positiva ao longo de 2024. Isso porque, de acordo com o profissional, os cortes nos juros básicos ao longo do ano, tanto em termos doméstico, quanto no exterior, deve contribuir para uma menor aversão ao risco.

“O relaxamento monetário também deve impactar positivamente os resultados das empresas nos próximos meses, com a retomada gradual da atividade econômica e menor pressão dos juros básicos sobre as margens das empresas”, afirma.

O gestor e analista da Buena Vista Capital, Renato Nobile, completa a análise, em retorno ao BP Money, destacando que, quanto ao destaque do mercado do ano passado foi a desinflação, para este ano, o radar se atentará à queda global de juros. O profissional também traz uma perspectiva de equilíbrio sobre as expectativas e ressalta alguns dos possíveis caminhos que a trajetória inflacionária poderia seguir, uma vez que ela não pode ser prevista em sua totalidade.

“Eu acho que a gente está em um otimismo cauteloso, porque o Ibovespa tem uma tendência mais positiva de valorização, com a redução da Selic. Mas, por outro lado, podemos ter uma inflação mais persistente, ou também há a possibilidade de haver uma recessão nos Estados Unidos”, pondera.

Nobile cita o dado de dezembro que indica que o Federal Reserve (Fed), autarquia monetária dos Estados Unidos, está progredindo em direção a meta, o que poderia resultar em uma redução das taxas de juros nos EUA. A incerteza, de acordo com o profissional, reside no momento em que essa eventual redução começará.

“Estamos em um momento de queda de juros, o que pode ser muito positivo para os ativos de risco, mas isso vai depender da magnitude do relaxamento monetário. Os fatores de risco para essa perspectiva são, o processo desinflacionário no Brasil e EUA, que podem limitar os cortes dos juros, além do fiscal, que poderia elevar a percepção de risco para o país e desestimular o investimento de risco local”, esclarece Luis Novaes.

Setores alavancados no Ibovespa em 2024

Os profissionais ressaltam que a perspectiva de juros em queda é positiva para os ativos cíclicos e esses devem se beneficiar ao longo dos próximos meses, demonstrando uma recuperação gradual em seus resultados. O especialista da Terra Investimentos ressalta que, enquanto alguns setores cíclicos podem sofrer com o cenário previsto, outros setores apresentarão um retorno positivo de forma mais consistente. Dentre os exemplos, destacam-se  as empresas de commodities, proteínas, grãos, petróleo e mineração, além de setores industriais e consumo de alta renda, que podem se beneficiar das perspectivas econômicas mais positivas.

Já o gestor da Buena Vista Capital salienta que o varejo e a construção civil são setores que tendem a ser influenciados positivamente, justamente pela queda de juros.  “Ao contrário do que aconteceu, por exemplo, ano passado e retrasado, em que o varejo foi dizimado, literalmente, por conta dos juros muito elevados. E a nossa percepção é que, para o IBOV em 2024, há motivos para ser relativamente otimista”, concluiu.

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