Ibovespa encerra em queda de 0,89% com pressão sobre juros futuros

Dólar fecha em baixa a R$ 5,59

Revertendo os ganhos registrados pela manhã, o Ibovespa encerrou em queda de 0,89% no pregão desta segunda-feira (22), beirando os 102 mil pontos na sua pior pontuação do ano. A grande notícia do dia foi a permanência do presidente do Banco Central dos Estados Unidos (Fed), Jerome Powell, causando a alta dos juros futuros. As fintechs estiveram entre as maiores quedas do índice, por conta de uma possível regulação destas companhias pelo Banco Central.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autarquia está em processo de refazer as regulações sobre as fintechs, exigindo maior capital para as companhias que atingiram “tamanhos de bancos”. Segundo ele, o BC percebeu que precisava ter “algum tipo de atuação” quanto ao consumo de crédito para produtos ligados ao meio de pagamento, especificamente na parte de capital exigido.

Com isso, as fintechs estiveram entre as maiores perdas do Ibovespa, com a baixa sendo liderada pelas ações unitárias e preferencial do Banco Inter, com quedas de 13,53% e 12,65%, respectivamente. A Méliuz também esteve nas grandes perdas do índice, com baixa de 7,56%.

Em Boletim Focus, os especialistas ouvidos pelo BC elevaram suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais uma vez, esperando agora que o índice alcance dois dígitos neste ano. Os analistas esperam agora que a inflação avance 10,12% em 2021, ante a previsão anterior de 9,77%. A expectativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) recuou novamente, de 4,88% para 4,80%.

Mercado brasileiro aguarda pela divulgação da prévia da inflação de novembro, com o IPCA-15, nesta quinta-feira (22). Os investidores também esperam pela divulgação de dados do mercado de trabalho referentes ao Caged de outubro.

Nos Estados Unidos, o presidente democrata, Joe Biden, anunciou a permanência de Jerome Powell no cargo de presidente do Fed, posição que ocupa desde 2018. O anúncio sobre o novo presidente do Fed era observado de perto pelo mercado, pois poderia interferir no processo de retirada de estímulos, o “tapering”, à economia norte-americana.

Os investidores dos EUA aguardam pela ata do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Banco Central norte-americano. O documento deve trazer mais detalhes sobre a atuação do Fed na redução do programa de compra de ativos.

As bolsas do país irão encerrar esta mais cedo fechando na quinta-feira (25) por conta do feriado do Dia de Ação de Graças, enquanto na sexta-feira (26) operam em horário reduzido em função da Black Friday.

Na Europa, o cenário continua caótico em meio a temores sobre novos lockdowns no continente. A chanceler alemã Angela Merkel sinalizou que medidas mais restritivas devem ser adotadas pela Alemanha, o que provocou uma inversão no comportamento das Bolsas. O principal índice europeu, Stoxx 600, encerrou a sessão em queda de 0,13%.

Ibovespa
O índice recuou 0,89%, aos 112.122 pontos. O volume negociado foi de R$ 26 bilhões.

Dólar
A moeda-norte americana recuou 0,27% cotada a R$ 5,593 na compra e R$ 5,594 na venda.

Índice pela tarde

Às 15h55 (horário de Brasília), o índice virava para queda de 0,82% aos 102.163 pontos. O dólar tinha baixa de 0,12% a R$ 5,60.

Às 14h22 (horário de Brasília), o principal benchmark da bolsa avançava 0,71% aos 103.766 pontos. O dólar recuava 0,41% a R$ 5,58.

Índice ao meio-dia

Às 12h24 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 1,13% aos 104.101 pontos. O dólar tinha queda de 0,16% a R$ 5,60.

No início desta tarde, o Ibovespa operava em alta, retomando os 104 mil pontos, puxado pelas empresas de commodities. As ações da Vale e siderúrgicas registraram alta na manhã desta segunda-feira (22) diante do avanço de 4,30% no preço dos contratos do minério de ferro negociados em Qingdao, na China, que fechou a sessão cotado a US$ 95,63 (R$ 535,86, na cotação atual) a tonelada (veja mais aqui).

Como foi a abertura do Ibovespa?

Às 10h19 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,19% aos 103.231 pontos. O dólar tinha queda de 0,21% a R$ 5,59.

Nesta manhã, o Ibovespa operava entre perdas e ganhos com investidores atentos aos desdobramentos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Ainda nesta segunda-feira (22), o Senado irá debater a proposta, com objetivo de chegar a uma solução que possibilite o pagamento do Auxilio Brasil, sem que seja necessário adiar o pagamento de precatórios ou alteração de teto de gastos (veja mais aqui). 

O Banco Central divulgou o Boletim Focus desta semana, o qual apontou para 2021 alta da inflação para 10,12%. Além disso, o BC prevê o Produto Interno Bruto (PIB) a 4,80%, Taxa de Câmbio a R$ 5,50 e Selic a 9,25% (veja aqui). 

No cenário corporativo, entre os destaques estão a compra do Mater Dei de 99,6% do Hospital Santa Geovana (HSG) e realização da sexta emissão de debêntures da Smartfit (veja aqui). 

Nesta semana também é aguardada a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia oficial da inflação, que está marcada para a próxima quinta-feira (25) – veja aqui.

Pré abertura da Bolsa

O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (19) com avanço de 0,59%, sendo a primeira variação positiva registrada na semana, retornando aos 103 mil pontos. Investidores seguem monitorando os desdobramentos da PEC dos Precatórios, que deve avançar nesta segunda-feira (22). Além disso, os papéis do Magazine Luiza e Vale recuperaram parte das perdas, encerrando a sessão em alta.

Ainda como destaque no Brasil, a divulgação de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) relativos a outubro.

A sessão desta segunda-feira é de alta para os futuros norte-americanos. Na semana passada, o Nasdaq subiu 1,2%; o Dow sentiu um recuo de 1,3%; já o S&P teve alta de 0,3%, puxado por bons resultados de grandes varejistas e indicadores positivos da economia nos EUA.

Nos próximos dias, Joe Biden, presidente dos EUA, deve nomear o próximo chefe do Federal Reserve (Fed, banco central estadunidense). Os nomes que estão em jogo são Jerome Powell, atual presidente da instituição, e Lael Brainard, que é visto com uma maior inclinação para a política expansionista.

Na Europa, o índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias europeias, avança 0,31%. A maior parte das bolsas também registram altas na sessão, com destaque para o setor de telecomunicação.

O aumento de casos de infecção do Covid-19 deve seguir sendo um ponto de preocupação na zona do euro. Na semana passada, a Alemanha e a Áustria votaram a impor restrições mobilidades, especialmente para os não vacinados.

As bolsas asiáticas fecharam nesta segunda-feira com resultados variados entre si, após o Banco Popular da China optar por manter a sua taxa primária com vencimento em um ano em 3,85%. Segundo o InfoMoney, a de cinco anos ficou em 4,65%.
 
Confira os principais índices às 7h50:
 
IFIX [+0,12%]
 
ÁSIA
Nikkei 225 [+0,09%]
S&P/A SX 200 [-0,59%]
Hang Seng [-0,39%]
Shanghai [+0,61%]
 
EUROPA
DAX [+0,10%]
FTSE 100 [+0,40%]
CAC 40 [+0,24%]
SMI [-0,06%]
 
ÍNDICES FUTUROS EUA
S%P 500 VIX [-2,30%]
US 2000 [+0,87%]
US 500 [+0,37%]
US 30 [+0,42%]
 
COMMODITIES
Ouro [-0,63%] US$ 1.840,00
Prata [+0,03%] US$ 24,788
Cobre [-0,70%] US$ 4,3765
Petróleo WTI [+0,33%] US$ 76,20
Petróleo Brent [+0,30%] US$ 79,12
Minério de ferro futuro [+0,84%] US$ 92,78