Ibovespa encerra em queda com pessimismo global; dólar sobe

Principal índice da bolsa brasileira recuou 0,72%, aos 107 mil pontos

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (29) com queda, puxado por pessimismo global. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira recuou 0,72%, aos 107 mil pontos. O dólar, por sua vez, subiu 0,44%, a R$ 5,39.

O dia foi de forte aversão ao risco e com mercados trabalhando em tom de pessimismo mundo afora, como explicou Leandro Petrokas, Diretor de Research e sócio da Quantzed. “A queda no petróleo WTI e Brent também foi influenciada pelo temor de recessão, que tem aumentado nos últimos dias”, apontou. 

Dessa forma, no setor de petróleo, Petrobras (PETR4) teve baixa de 0,03%. PETR3 subiu 0,25%. PetroRio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petrorecôncavo (RECV3) fecharam em queda de 2,51%, 2,27% e 0,96%. 

Entre as maiores quedas, as aéreas lideraram. Azul (AZUL4) caiu 8,79%, Gol (GOLL4) recuou 7,96% e Embraer (EMBR3) desvalorizou 6,46%. “Entre os fatores que justificam essas quedas, temos o próprio conflito geopolítico RÚssia x Ucrânia, China x Taiwan e uma eventual preocupação em relação a varíola dos macacos que não sai de cena. Outro fator é que os investidores enxergam vários riscos para o setor de turismo”, explicou Petrokas.

Ainda, Americanas (AMER3) e Via (VIIA4) fecharam entre destaques negativos, com queda de 7,18% e 6,05%. Magazine Luiza (MGLU3) e Méliuz (CASH3) também recuaram, 7,16% e 3,60%, respectivamente. 

No setor de mineração, o dia foi majoritariamente negativo. Ainda assim, Vale (VALE3) encerrou em alta, de 0,12%. Gerdau (GGBR4) caiu 0,30%. Usiminas (USIM5) recuou 2,50%. CSN (CMIN3) teve queda de 2,12%.

“São nomes diretamente relacionados à atividade econômica que, em cenário de recessão, ficam comprometidos. Com esse cenário de recessão nos EUA, incerteza geopolítica, aumento de taxas de juros americanas, temos risco natural de arrefecimento da atividade, o que gera impactos diretos nas empresas que dependem propriamente da atividade e produção industrial”, apontou o analista.

Entre os destaques positivos, grandes bancos apontaram na lista. Itaú (ITUB4) teve alta de 1,96%, enquanto Bradesco (BBDC4) subiu 1,12%. “Vemos um rotation de ativos mais arriscados indo para empresas mais previsíveis”, analisou Petrokas. Banco do Brasil (BBAS3) fechou na contramão, caindo 0,78%. Santander (SANB11) avançou 0,30%. 

Ainda entre as maiores altas, Eneva (ENEV3) e Copel (CPLEC6), ambas no setor de energia, subiram, respectivamente, 1,71% e 0,47%. Eletrobras (ELET3;ELET6) caiu 0,07% e subiu 0,54%.

No exterior, Wall Street fechou no vermelho. Nasdaq caiu 2,84%, Dow Jones recuou 1,54% e S&P 500 teve baixa de 2,11%. Europa também teve dia negativo, como o Ibovespa.