Na semana entre 26 de janeiro e 1º de fevereiro, o Ibovespa passará por fortes emoções, com a agenda econômica cheia no Brasil e nos EUA. A temporada de balanços das empresas listadas na Bolsa de Nova York se intensifica, com a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024.
No cenário nacional, a semana começa com a divulgação do tradicional Boletim Focus, que deve trazer uma revisão altista para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, tendo em vista que a prévia da inflação registrou um dado acima das expectativas.
A terça-feira (28) será o dia mais tranquilo para o Ibovespa, com destaque para a ata da última reunião do BoJ (Banco do Japão) e a Confiança do Consumidor de janeiro do Conference Board nos EUA, que serão os dados mais relevantes a serem divulgados.
Na quarta-feira acontece a famosa “super quarta”, quando serão anunciadas as decisões de taxa de juros do Fed (Federal Reserve) nos EUA e do BC (Banco Central) no Brasil. A expectativa é que o Fed mantenha a taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,5%, com o mercado atento ao comunicado pós-decisão e à entrevista coletiva do presidente da autarquia, Jerome Powell.
Durante a coletiva, Powell provavelmente será questionado sobre as declarações do recém-empossado presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou na sexta-feira (24) que exigirá uma redução da taxa de juros pelo Fed.
“Há expectativa quanto à visão dos membros do Fed em relação às declarações mais moderadas de Trump sobre a adoção de tarifas sobre produtos importados, o que poderia levar a uma menor pressão inflacionária e a uma tendência de, ao menos, dois cortes de juros pelo Fed ao longo do ano, conforme as projeções econômicas da instituição divulgadas em dezembro”, declarou Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.
No Brasil, será a primeira reunião sob a liderança de Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do BC em janeiro, após o término do mandato de Roberto Campos Neto. “A expectativa é de mais uma alta de 100 pontos-base na taxa Selic, de 12,25% para 13,25%, conforme a orientação adotada na última reunião em dezembro”, acrescentou Manzoni.
Já os mercados da China terão uma semana mais tranquila, com os dias sendo tomados pelo feriado do Ano Novo Lunar. No entanto, antes do encerramento das comemorações, serão divulgados os dados dos PMIs Composto, Industrial e Não-Manufatura de janeiro.
Como o mercado se comportou na semana entre 19 e 25 de janeiro
A semana foi marcada pela posse de Donald Trump à presidência dos EUA, bem como pela ansiedade dos mercados globais em relação às suas primeiras movimentações. O tom mais conciliador de Trump em relação à China trouxe alívio nas tensões comerciais, favorecendo as bolsas, incluindo a brasileira.
No Brasil, os investidores voltaram suas atenções para as declarações de agentes políticos e para o IPCA-15 — considerado a prévia oficial da inflação. O indicador superou as expectativas, marcando alta de 0,11%, uma desaceleração em relação ao crescimento de 0,34% em dezembro, fazendo o Ibovespa recuar.
“Esse dado torna ainda mais improvável que o Banco Central adote uma postura mais flexível em relação à política monetária tão cedo. Dado o atual quadro, é difícil imaginar o BC mudando o tom de suas declarações, o que sugere que o foco continuará em uma política mais restritiva no curto prazo”, comentou Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital.
Outro destaque foram as oscilações da cotação do dólar ante o real. Durante a semana, a moeda norte-americana retornou ao patamar de R$ 5,00, fechando a R$ 4,95 na quarta-feira (22), o menor valor desde novembro de 2024.
Ibovespa na semana
- Segunda-feira (20): +0,41%
- Terça-feira (21): +0,39%
- Quarta-feira (22): -0,30%
- Quinta-feira (23): -0,40%
- Sexta-feira (24): -0,06%
- Semana: +0,05%