O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, abriu em queda nesta quinta-feira (19). Por volta das 10h20 (de Brasília), o índice recuava 0,42% a 105.797 mil pontos, puxado pelos tombos das bolsas norte-americanas no último pregão, assim como a cotação do dólar.
O mercado norte-americano segue em sua semana de recessão, iniciada após as declarações do presidente do FED (Federal Reserve, banco central norte-americano), Jerome Powell, e o índice Ibovespa reagiu a esses desdobramentos.
Os principais índices da bolsa norte-americana encerraram o pregão da última quarta-feira (18) com um resultado negativo. O Dow Jones apresentou queda de 3,57% aos 31.490,07 pontos, enquanto o Nasdaq-100 caiu 5,06% aos 11.928,31 pontos. O S&P 500 despencou 4,04%, cotado a 3.923,78 pontos, e o dólar apresentou alta de 0,80%
O FED, que reforçou mais uma vez que não manterá esforços para conter o avanço da inflação no país, é o foco dos acionistas da região, que também aguardam a divulgação do Índice de atividade industrial do banco na Filadélfia, a fim de continuar analisando os impactos da inflação na indústria norte-americana.
Por ora, os tais impactos já estão sendo observados nos balanços corporativos pelo país, em que nomes como Walmart (WALM34) e Target (TGTB34) apresentaram lucros no varejo abaixo do esperado pelos censos da região.
O dólar, por sua vez, opera em baixa na manhã desta quinta (19). Às 10h09 (horário de Brasília), a moeda norte-americana registrava retração de 0,87%, vendida a R$ 4,926.
Com isso, os acionistas analisam o comportamento das bolsas norte-americanas nesta manhã, e aguarda possíveis novas atualizações sobre a cotação da moeda.
Já no Brasil, o setor corporativo segue agitado, e mexe com os resultados da Bolsa.
Um fundo global de real estate (ativo imobiliário) da Brookfield adquiriu 80% do portfólio da BR Properties pelo montante total de R$ 6 bilhões, de acordo com informações divulgadas pelo “Brazil Journal” na última quarta (18).
O portfólio adquirido pela Brookfield conta com 11 torres comerciais, sendo sete em São Paulo (que inclui a torre B do JK Iguatemi), três no Rio de Janeiro e uma em Brasília. A transação teve assessoria do BTG Pactual para a Brookfield, com aconselhamento jurídico do Mattos Filho e do PMK Advogados.
Enquanto isso, o processo de privatização da Eletrobras (ELET6) parece estar mais próximo do fim. O TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou, por maioria de 7 votos a 1, a conclusão do processo.
De acordo com o presidente da companhia, a venda deverá ser realizada até agosto. As ADRs (American Depositary Receipt, em inglês) da empresa sobem cerca de 3% no after market após a notícia sobre a aprovação.
Partindo para o cenário europeu, a preocupação principal está voltada para os números altos da inflação na região.
A ata divulgada pelo BCE (Banco Central Europeu) nesta manhã aumentou os rumores de uma nova alteração da taxa básica de juros no continente, principalmente após a divulgação de dados do Reino Unido, que apresentou alta de 9% para o mês de abril.
O resultado, que foi recorde na região, ainda não fez com que o BCE confirmasse uma elevação dos juros, mas deixou o alerta dos acionistas ligado.
– FTSE 100 (Reino Unido), -2,33%
– DAX (Alemanha), -1,73%
– CAC 40 (França), -1,93%
– FTSE MIB (Itália), -0,72%
Já na Ásia, o líder chinês Xi Jinpin, realizou novos discursos para falar sobre a política “Covid-zero” no país.
Apesar da flexibilização das medidas restritivas em Xangai, um novo lockdown foi anunciado para a cidade de Tianjin.
Em contrapartida, os resultados negativos das bolsas da região têm ligação direta com o tombo em Wall Street.
Após as quedas nos EUA, as ações de tecnologia da Ásia também tiveram baixas em suas ações, principalmente a chinesa Tencent, que registrou recuo de 6,51% nos ativos.
– Nikkei (Japão), -1,89%
– Kospi (Coreia do Sul), -1,28%
– Hang Seng Index (Hong Kong), -2,54%
– Shanghai SE (China), +0,36%
De volta ao cenário brasileiro, o governo federal ainda divulga a nova grade de parâmetros econômicos com projeções atualizadas para a inflação e PIB (Produto Interno Bruto), o que pode influenciar o Ibovespa ao longo do dia.