O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (02) com baixa de 0,13%, aos 120.125,39 pontos. O dólar comercial caiu 0,28%, a R$ 6,16.
O primeiro pregão de 2025 não teve eventos marcantes para impulsionar o Ibovespa, que começou o dia em queda e seguiu com bastante volatilidade. O petróleo em alta e os novos sinais de resiliência no mercado de trabalho dos EUA mexeram com as perspectivas dos investidores e suas apostas no índice brasileiro.
A sessão começou com o sentimento de cautela, sobretudo porque o cenário fiscal do Brasil ainda não inspira confiança no mercado financeiro, mesmo após a sanção presidencial ao PLP (Projeto de Lei Complementar) que integrou o pacote de contenção de gastos aprovado ainda no ano passado, e também à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2025.
Nesse quadro, o Ibovespa vinha em baixa e o dólar em alta, porém, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que os pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana passada totalizaram 211 mil, abaixo da estimativa de 222 mil e do número revisado anterior de 220 mil.
Esse resultado mostrou que o mercado de trabalho do país norte-americano segue fortalecido, o que impõe mais pressão sobre a inflação, que ainda está acima da meta de 2% do Fed (Federal Reserve).
Com isso, cresceram as apostas de que o banco central dos EUA deve diminuir o ritmo do afrouxamento monetário, com projeções de que as taxas de juros devem seguir inalteradas na reunião que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) deve realizar em janeiro.
Apesar dessa possibilidade fortalecer o dólar, a moeda estrangeira virou para queda durante a tarde, em parte por conta de uma correção após as últimas altas, mas também por conta do aumento nos preços internacionais do petróleo.
Os pontos se relacionam ao passo que a expectativa de avanço na demanda da China por commodities como o petróleo, bem como o fortalecimento de sua economia, favorece os mercados emergentes, como o Brasil, que tem o país asiático como principal parceiro comercial.
Sendo assim, o dólar enfraqueceu, enquanto ações de empresas do setor de commodities, como a Petrobras (PETR4) saltaram e ajudaram o Ibovespa a segurar os 120 mil pontos, mesmo com a baixa. Os índices de referência do petróleo, WTI e Brent, fecharam com altas acima de 1%.
A CVC (CVCB3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 8,70%. Logo atrás, IRB (IRBR3) e Braskem (BRKM5) registraram altas de 4,88% e 3,37%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Eneva (ENEV3) liderou as perdas, caindo 9,31%. Em seguida, vieram Minerva (BEEF3) e CSN (CSNA3), com perdas de 5,70% e 4,97%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 2,82% e 1,60%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,54%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,55%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,27%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 3,01%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixa de 0,47% e 1,03%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 0,79% e queda de 0,29%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,08%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 7,58%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 1,73%.
Índices do exterior fecharam apostos
Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivos nesta quinta-feira (2). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,56%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,18%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,61%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,22% e 0,16%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,36%.