O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (25) com baixa de 0,25%, aos 122.331,39 pontos. O dólar comercial subiu 1,16%, a R$ 5,45.
A Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) lançou sobre o mercado a percepção de que a Selic (taxa básica de juros) será mantida no patamar atual (10,50%) por um tempo mais longo. Este fator, aliado à queda de ações de peso como a Vale (VALE3), trouxe o Ibovespa à queda, na contramão do exterior.
Mas, conforme avaliação de Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, a queda não reflete o humor geral dos investidores, visto que o índice na verdade oscilou bastante, pendendo para o lado dos papéis de maior peso.
“A postura do comitê é vista, na minha visão, como vital para contrabalançar a postura perdulária do governo. Os juros persistentemente altos, contudo, fazem peso na Bolsa brasileira na medida em que desincentiva o fluxo de capitais da renda fixa para a renda variável, o que levaria à alta das ações e, com elas, do índice”, disse ele.
As ações da Vale e das siderúrgicas refletiram a fraqueza do minério de ferro, em meio à crise do setor imobiliário da China, maior consumidor da commodity, segundo Alexandre Nishimura, economista e sócio da Nomos.
“Nas bolsas americanas, a alta foi puxada pelas expectativas positivas relacionadas à inteligência artificial, mesmo com as incertezas em relação aos juros dos EUA”, apontou Nishimura.
Para Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, faltam novidades e atrativos para novos investidores para a Bolsa. Ele citou, inclusive, que as entrevistas de Fernando Haddad (Fazenda) e Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC (Banco Central), como pontos de foco do mercado nesta sessão.
A JBS (JBSS3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 1,74%. Logo atrás, WEG (WEGE3) e Arezzo (ARZZ3) registraram altas de 1,71% e 1,45%, respectivamente.
Já na ponta negativa, o GPA (PCAR3) liderou as perdas, caindo 3,47%. Em seguida, vieram Vamos (VAMO3) e Locaweb (LWSA3) , com perdas de 3,32% e 3,16%.
No caso do dólar, que voltou ao nível dos R$ 5,40, o Gráfico DXY, mostra que o desempenho da moeda nos EUA não divergiu do restante do mundo, subindo 0,15%, a US$ 105,63.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) desvalorizam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,10% e 0,13%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,31%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) que caiu 0,67%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,06%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 1,43%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,34% e 0,07%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram em movimentos iguais de desvalorização 0,96% e 0,39%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,63%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) equilibraram em 0,00%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,05%.
Índices do exterior fecharam sem direção única
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (25). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,95%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,58%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,29%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,39% e 1,26%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,76%.
Segundo Bresciani, nos EUA as Bolsas podem estar operando com cautela à espera da prévia do PIB, na quarta-feira (26) e CPI e auxílio desemprego, na quinta-feira (27).
“Tinha discursos de membros do FED, falando que acham que os juros por lá só caem em 2025, o que não ajuda em nada as bolsas lá fora”, finalizou.