Petrobras não bastou

Ibovespa fecha desvalorizado junto com exterior; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (25) com queda de 0,08%, aos 124.645,58 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,16.

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Foto: Pixabay / Café com BPM

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (25) com queda de 0,08%, aos 124.645,58 pontos. O dólar comercial subiu 0,28%, a R$ 5,16.

Duas notícias principais guiaram as negociações nesta sessão do Ibovespa: o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA menor que o esperado, com indicação de inflação, e a aprovação do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4).

No país norte-americano, o consenso do mercado estimava que o PIB do primeiro trimestre viesse em 2,4%. No entando, o índice econômico fechou em 1,6%, uma queda expressiva quando comparado com o resultado do 4TRI23 (3,4%).

“No momento da divulgação, a nossa Bolsa teve um forte impulso para cima. Mas, logo depois, o mercado olhou com calma e viu também que o índice de preço do PIB veio bem acima do esperado, mostrando, de certa forma, uma inflação ainda alta”, observou Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos.

O mercado ainda espera o resultado do PCE, que será divulgado na sexta-feira (26). Segundo Cohen, os investidores se preocupam ainda mais devido à queda nos pedidos semanais de auxílio-desemprego, mostrando um mercado muito aquecido.

“Tivemos as Bolsas bem voláteis com a divulgação desses dados, mas depois voltaram para o cenário negativo. Tudo isso por causa da imprevisibilidade e insegurança que esses dados trazem”, afirmou.

Além disso, também foi divulgada a decisão do Conselho de Administração da Petrobras (PETR4), que aprovou a distribuição de cerca de R$ 22 bilhões dos dividendos extraordinários, anteriomente retidos.

Com isso, a petroleira deve pagar aos acionistas o total de R$ 94,35 bilhões em dividendos. A prova do ânimo do mercado com a notícia foi a valorização das ações. O mercado ainda espera a decisão para os outros 50% desses proventos para o dia 31 de junho.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) 

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 2,26% e 2,40%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 1,98%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 2,11%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,71%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 3,08%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com baixas de 0,56% e 0,44%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram em movimentos de desvalorização em 0,07% e 2,43%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,80%. Diferente da Magalu, as ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 3,77%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,82%.

A Cogna (COGN3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 7,50%. Logo atrás, Yduqs/Estacio (YDUQ3) e Petz (PETZ3) registraram altas de 5,73% e 3,00%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Hypera (HYPE3) liderou as perdas, caindo 5,66%. Em seguida, vieram Aliansce Shopping Centers (ALOS3) e Azul (AZUL4), com perdas de 4,91% e 3,86%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quinta-feira (25). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,87%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,93%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,64%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,46% e 0,64%, respectivamente. Já o Dow Jones desvalorizou 0,98%.

Cenário econômico preocupa

Sustentato pelo número do PIB e indicações anteriores de uma postura mais cautelosa por parte do Fed (Federal Reserve), as expectativas do mercado para a redução dos juros nos EUA se desmancha a cada diz.

“Tentativa de início de queda de juros dos EUA talvez venha em julho, mas ainda acho esse cenário muito incerto com esses dados sendo divulgados”, avaliou Cohen.

“Cada vez mais essa incerteza aumenta e, com isso, as bolsas sofrem, inclusive a bolsa brasileira, que também é afetada com o cenário fiscal”, ressaltou.

No Brasil, os apontamentos de Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central) é que a Selic (taxa básica de juros) siga caindo, mas não no ritmo dos 0,50 %. Uma das razões para isso, segundo Cohen, são as mudanças na meta fiscal, que aumentam o clima de incertezas.