O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (11) com alta de 0,73%, aos 121.635,06 pontos. O dólar comercial subiu 0,07%, a R$ 5,36.
O recuou na curva de juros futuros, após o IPCA (Indíce de Preços ao Consumidor Amplo) maior que o esperado, impulsionou o Ibovespa nesta sessão. A influência também veio do meio político, com uma nova proposta de Fernando Haddad (Fazenda) para os gastos públicos.
O ministro da Fazenda afirmou que enviará, durante as discurssões sobre o orçamento de 2025, propostas de revisão de gastos ao presidente Lula (PT). A área técnica da Casa já está discutindo vários cenários, segundo o ministro.
No caso do IPCA, o resultado divulgado nesta terça-feira pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas) teve aumento no mês de maio, para 0,46%, enquanto, no acumulo de 12 meses, cresceu a 3,93%.
Entre os setores que pressionaram o indicador os alimentos foram os que mais puxaram os números. Nesse contexto, Andre Fernandes, especialista em mercado de capitais e sócio da A7 Capital, avaliou que parte das altas se deve às fortes chuvas no RS, que impactaram a produção e reduziu a oferta.
“Outro segmento que ainda segue acelerando é o setor de serviços, uma preocupação do Banco Central”, disse ele.
Entre as altas do Ibovespa, as ações das varejistas subiram, em meio ao recuo de toda a curva de juros e do dólar, ignorando o avanço do IPCA, avaliou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
“As ações da Dasa (DASA3) seguiu beneficiada pelos rumores sobre uma possível fusão com Amil […] As ações da EcoRodovias reagiram positivamente ao crescimento de 12,5% em maior do tráfego consolidado em suas estradas ante igual mês do ano passado, passando de 45.133 para 50.796 veículos”, comentou.
A Magalu (MGLU3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 7,99%. Logo atrás, Minerva (BEEF3) e PetroRio (PRIO3) registraram altas de 5,21% e 4,29%, respectivamente.
Já na ponta negativa, Suzano (SUZB4) liderou as perdas, caindo 1,55%. Em seguida, vieram Localiza (RENT3) e Dexco (DXCO3), com perdas de 0,74% e 0,57%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,08% e avançaram 0,43%, respectivamente. Prio (PRIO3) dvalorizou 4,29%.
[Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,15%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 2,37%. Usiminas (USIM5) valorizou 1,13%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,12% e 1,10%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram em valorização 0,54% e valorização 0,07%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 7,99%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 5,88%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 3,77%.
Dólar: Fed inspira cautela e ajuda moeda
“Em tom de cautela por parte dos investidores, o dólar volta a subir frente seus pares no mundo e não só aqui no Brasil, muito por conta da ‘Super-Quarta’. Teremos o dado de inflação dos EUA (CPI) que será divulgado amanhã nos EUA e deve sacudir os mercados na quarta-feira”, ressaltou Fernandes.
“Além disso, teremos decisão de taxa de juros nos EUA. O consenso do mercado é de uma manutenção na taxa, sem novidades aqui, as atenções se voltarão para o discurso do predente do FED, Jerome Powell, podendo dar algumas pistas para o mercado sobre o rumo do juros americano, e quando eles poderão iniciar os cortes”, concluiu.
O Gráfico DXY mostra que a moeda dos EUA, mesmo em patamar de alta, virou para a queda próximo ao fechamento do mercado.
Índices do exterior fecharam sem direção única
Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta terça-feira (11). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,70%, enquanto o CAC 40, de Paris, caiu 1,33%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,91%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,27% e 0,88%, respectivamente. Já o Dow Jones recuou 0,31%.