Sextou quase estável

Ibovespa fecha em alta apesar de ‘shutdown’; dólar cai

Mercado apresentou incertezas com o prolongamento do “shutdown” nos EUA, que barrou divulgação do payroll

Ibovespa
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (3) com alta de 0,17%, aos 144.200 pontos, apesar de incertezas dos investidores quando ao prolongamento do “shutdown” nos EUA, que barrou divulgação do payroll – tradicional das sextas-feiras. No Brasil, mercado repercutiu a aprovação do projeto de lei que muda tributação do IR (Imposto de Renda) para quem recebe até R$ 5.000.

O payroll (relatório de emprego), dado mais importante que mede a criação de empregos nos EUA, foi suspenso, devido a paralisação do governo americano, o “shutdown”.

“Os EUA segue embalado pela narrativa da tecnologia e da inteligência artificial, que mantém viva a tomada de risco mesmo sem a bússola do payroll. A falta do dado mais importante do mercado de trabalho gera cautela nas Treasuries, mas não tira o otimismo das bolsas em Nova York”, disse Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.

No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade o texto-base do projeto de lei que muda tributação do IR (Imposto de Renda) para quem recebe até R$ 5.000, proposta comemorada pelo presidente Lula e por seu líder da pasta econômica, Fernando Haddad.

Mercado teme efeitos sobre o consumo, a inflação e o equilíbrio das contas públicas. “A aprovação da isenção do Imposto de Renda e rumores de novas medidas populistas como subsídios e gratuidades reforçam o receio de expansão de gastos em pleno ano pré-eleitoral”, diz Christian.

Em relação ao câmbio, dólar se manteve estável fechando o dia com leve queda de 0,07%, cotado a R$ 5,335. A moeda oscilou entre R$ 5,334 e R$ 5,336. O gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, com queda de 0,14%, aos 97,720 pontos.

Christian Iarussi afirmou que a queda do dólar no Brasil acabou sendo puxada por uma global do dólar, apesar de incertezas fiscais. “A moeda americana acompanhou a queda global do DXY, em  um dia em que a fraqueza do dólar no exterior acabou falando mais alto que o desconforto fiscal doméstico”, afirmou.

Maiores altas e quedas do pregão

O pregão da B3 fechou com a RD Saúde (RADL3) liderando as maiores altas, com um aumento de 4,50%. Em seguida, aparece a Auren Energia (AURE3) com alta de 2,78% no dia. A Vivara (VIVA3) e a Cosan (CSAN3) fecham a lista verde com valorização de 2,47% e 2,18%, respectivamente.

Na ponta negativa, a lista é encabeçada pela MBRF (MBRF3), com recuo de 3,55%. Na sequência, surge a Azzas (AZZA3) com declínio de 2,64%. A SLC Agrícola (SLCE3) e o Assaí (ASAI3) encerram a ponta com quedas de 2,45% e 2,16%, respectivamente.

Variações por setor

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 0,75% e 0,26% no pregão, respectivamente. A PetroRio (PRIO3) caiu 0,16%. PetroRecôncavo (RECV3) recuou 0,24%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) teve leve queda de 0,19%, a Gerdau (GGBR4) registrou alta de 1,92%, Usiminas (USIM5) subiu 1,37% e a CSN Mineração (CMIN3) avançou 0,72%.

No setor bancário, o Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com alta de 0,74%, o Banco do Brasil (BBAS3), porém, teve queda de 0,83%. Bradesco (BBDC4) anotou uma leve alta de 0,05%, enquanto o Santander (SANB11) caiu 0,21%.

Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 0,11%, a Lojas Renner (LREN3) acompanhou e fechou com queda de 0,68%. Enquanto, a Vivara (VIVA3) e a C&A (CEAB3) tiveram alta de 2,47% e 0,25%, respectivamente.

Índices dos EUA

As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia de forma mista, com os índices S&P 500 e Dow Jones registrando alta de 0,01% e 0,51%, respectivamente. Enquanto o índice Nasdaq caiu 0,28%.