Junto com Bolsas globais

Ibovespa fecha em alta apesar de tarifaço de Trump; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (5) com alta de 0,20%, aos 123.046,85 pontos; o dólar caiu, a R$ 5,75

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quarta-feira (5) com alta de 0,20%, aos 123.046,85 pontos. O dólar comercial caiu 2,71%, a R$ 5,75.

O Ibovespa se despediu do Carnaval, na volta após dois pregões com a Bolsa fechada, e conseguiu ter ganhos, apesar dos reflexos da efetivação das tarifas de Trump e intensificação da guerra comercial entre algumas economias globais. Mesmo com a queda do petróleo, o índice seguiu as Bolsas globais e valorizou também com a Vale (VALE3).

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 1,31%, a US$ 104,36.

As tarifas de 25% do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos importados ao país do Canadá e México, bem como taxas adicionais de 10% sobre os bens chineses, começaram a valer na terça-feira (5), quando as Bolsas globais fecharam com tombos fortes.

Eles terão que ter uma tarifa. Portanto, o que eles precisam fazer é construir suas fábricas de automóveis, francamente, e outras coisas nos Estados Unidos, e nesse caso eles não terão tarifas”, disse Trump na Casa Branca ontem.

Como respostas às tarifas, o Canadá também anunciou tarifas de 25% sobre um total de US$ 107 bilhões em produtos dos EUA. A medida imediata começou com tarifas sobre US$ 21 bilhões em produtos, junto com a taxação de Trump.

Além disso, a China também anunciou tarifas retaliatórias sobre alguns produtos norte-americanos, com taxas de 15% sobre o frango, trigo, milho e algodão. O país asiático também informou que irá impor uma tarifa de 10% sobre “sorgo, soja, carne de porco, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios”.

O Itaú BBA analisou que essas medidas da China terão impacto sobre as commodities dos EUA e também no Brasil, visto que o país asiático é um importante comprador de soja e algodão dos EUA, respondendo por 50% e 37% das exportações do país em 2024, respectivamente.

Entre os reflexos, o banco citou a pressão de queda nas exportações agrícolas dos EUA; um ajuste nos preços pelo redirecionamento da oferta de grãos e proteína; um aumento potencial nas exportações brasileiras para a China.

Ainda na linha das commodities, os preços internacionais do petróleo tiveram quedas firmes, pela terceira sessão consecutiva. Os investidores estão preocupados com os planos da Opep+ de prosseguir com os aumentos de produção em abril, bem como o aumento das tensões comerciais entre os EUA, México, Canadá e China.

A referência global Brent caiu 2,45%, a US$ 69,30, enquanto a referência dos EUA, WTI, recuou 2,86%, a US$ 66,31. Com isso, a Petrobras (PET3;PETR4), que tem peso significativo sobre o Ibovespa, e as demais petrolíferas, também tiveram fortes quedas no pregão.

Apesar do tombo, algumas ações do Ibovespa também teve fortes valorizações, como a Embraer (EMBR3), que chegou a subir mais de 9%, como valor de mercado chegando a R$ 55,8 bilhões. 

O que tem impulsionado o otimismo com os papéis da Embraer são os resultados do quatro trimestre (4T24) e anual de 2024, divulgados na última quinta-feira (27), com uma atualização das estimativas (guidance) para 2025. 

Além disso, o Ibovespa também está reagindo ao anúncio da Embraer de expansão da atuação no mercado mexicano.

A Embraer (EMBR3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 8,79%. Logo atrás, Marfrig (MRFG3) e Ambev (ABEV3) registraram altas de 7,04% e 4,58%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Brava Energia (BRAV3) liderou as perdas, caindo 8,27%. Em seguida, vieram Petrobras ON (PETR3) e Ultrapar (UGPA3), com perdas de 4,61% e 3,79%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e mineradoras valorizam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 4,61% e 3,65%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 2,10%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,80%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 0,36%. Usiminas (USIM5) valorizou 2,45%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 1,49% e 1,68%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização 2,05% e 0,91%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,96%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 0,37%. Casas Bahia (BHIA3) equilibrou em 0,00%.

Índices do exterior fecharam em alta

Os principais índices europeus tiveram desempenhos positivas nesta quarta-feira (5). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 3,39%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 1,56%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1,01%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 1,12% e 1,46%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 1,14%.

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