Início de mês chegando

Ibovespa fecha em alta com dados de emprego no Brasil; dólar cai

Bolsa brasileira começa a semana atentos aos dados de emprego no Brasil; pauta sobre isenção de IR é foco da semana

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa fechou a sessão desta segunda-feira (29) com alta de 0,61%, aos 146.336 pontos, apoiado nas ações dos setores financeiro, elétrico e mineração. Além disso, os investidores do mercado mantiveram-se atentos à divulgação de dados de contratação com carteira assinada, enquanto segue a incerteza sobre a política de juros nos EUA.

No início da tarde, o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os dados de contratação com carteira assinada em agosto, indicando a criação de 147 mil vagas de emprego. O número é bem abaixo da média levantada pelo Valor Data, de 184 mil vagas, e um resultado 38,4% menor que o de 2024, quando o saldo foi de 239.069 postos de trabalho, sendo o pior resultado desde 2020, quando iniciou o Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O dado pode reforçar a leitura de que, com menos contratações, o consumo fica desaquecido e a inflação pode ficar sob controle, impactando diretamente na política de juros do BC (Banco Central). No entanto, o Caged apontou um aumento nos salários de contratação, o que pode gerar um efeito contrário.

Gabriel Galípolo, presidente do BC, declarou nesta segunda-feira que não há atalhos para a política monetária e que os juros devem permanecer em patamar elevado por um período prolongado. Segundo o representante da autoridade monetária, alterar a taxa básica de juros precipitadamente poderia gerar “mais incerteza e volatilidade”.

Dentre os destaques da bolsa, estão as ações dos setores financeiro, elétrico e mineração liderando as maiores altas do pregão da B3. Porém, um dos maiores pesos do Ibovespa, a Petrobras cai acompanhando a queda do petróleo no exterior.

Segundo Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da FBNF (Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças), o Ibovespa continua se beneficiando do cenário de juros altos aqui no Brasil e juros em queda nos EUA, “fazendo com que o estrangeiro aporte capital aqui para obter maiores ganhos”, disse.

Análise da semana

Durante a semana, a tão aguardada votação do projeto de isenção do IR (Imposto de Renda) do relator Arthur Lira (PP-AL) será pautada na Câmara dos Deputados, segundo o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O fato relevante pode impactar nos negócios do principal índice acionário brasileiro.

Além da discussão em torno da isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil por mês, a divulgação de dados fiscais importantes também fica no radar dos investidores nesta semana.

O Tesouro Nacional anuncia a partir das 17h o resultado das contas do Governo Central referentes a agosto. Segundo projeções do mercado, há uma expectativa de déficit de R$ 20,2 bilhões. Na terça-feira (30), será divulgado o resultado consolidado das contas públicas, e na sexta-feira (3), os dados da produção industrial de agosto.

No ambiente externo, a divulgação de três indicadores relevantes do mercado de trabalho americano pode influenciar na decisão do Fed (Federal Reserve) sobre a taxa de juros.

Na terça-feira (30), sai o Jolts – relatório que mede o número de vagas em aberto no país. Na quarta-feira (1º), será divulgado o ADP, com dados sobre a criação de empregos no setor privado. E, na sexta-feira (3), o relatório Payroll informará de forma mais abrangente o mercado de trabalho dos EUA.

Fabio Louzada afirmou que “os investidores já trocam figurinhas sobre como um resultado acima ou abaixo do consenso pode alterar a trajetória de cortes de juros esperada pelo Fed”, disse. Ele completou: “Acredito que se houver uma surpresa de geração de emprego forte, corre-se risco de endurecimento. Se vier fraco, alimenta aposta no alívio monetário e mais cortes de juros ao longo dos próximos meses.”

Em relação ao câmbio, o dólar comercial caiu 0,31%, cotado a R$ 5,322. A moeda americana oscilou entre R$ 5,338 e R$ 5,321. O gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, registrou uma queda de 0,22%, aos 97,968 pontos.

Maiores altas e maiores quedas

O pregão da B3 fechou com as ações preferenciais da Eletrobras (ELET6) liderando as maiores altas, com aumento de 4,34% no valor dos papéis. As ações ordinárias da Eletrobras (ELET3) são a segunda maior alta acionária do pregão nesta segunda-feira (29), com alta de 3,97%. A CSN Mineração (CMIN3) e o Grupo Ultra (UGPA3) fecharam a lista verde com crescimento de 3,77% e 2,82%, respectivamente. 

Já na ponta negativa, a lista vermelha é encabeçada pela Braskem (BRKM5), com recuo de 5,13% no valor dos papéis. O Magazine Luiza surge na segunda posição com uma queda de 5,09%. A Vamos (VAMO3) e a Embraer (EMBR3) anotaram uma queda de 2,99% e 2,19%, respectivamente. 

Variações por setor

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) recuaram 1,89% e 1,36%, respectivamente. A Prio (PRIO3) desvalorizou 0,84% e a PetroRecôncavo (RECV3) recuou 1,38%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) registrou um leve avanço de 0,33%, a Gerdau (GGBR4) subiu 0,84%, a Usiminas (USIM5) recuou 0,23% e a CSN (CMIN3) apontou um forte crescimento de 3,95%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) fechou com alta de 0,57% e o Banco do Brasil (BBAS3) teve leve alta de 0,04%. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorização de 1,02% e de 0,38%, respectivamente.

Entre as varejistas, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 5,09%, a Lojas Renner (LREN3) fechou com queda de 0,38%, a Vivara (VIVA3) teve alta de 1,61% e a C&A (CEAB3) recuou 1,12%.

Índices dos EUA

As principais bolsas de Wall Street terminaram o dia no verde. Os índices S&P 500 e Nasdaq avançaram 0,26% e 0,48%, respectivamente. O índice Dow Jones também subiu 0,15%.