O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (10) com alta de 0,80%, aos 128.228,49 pontos. O dólar comercial caiu 0,58%, a R$ 6,04.
Na agenda econômica desta sessão, o resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi o grande destaque para os agentes financeiros. O indicador ajudou o Ibovespa a operar em alta ao longo do dia.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,24%, a U$ 106,40.
O IPCA de novembro desacelerou a 0,39%, o que animou os investidores brasileiros. No entanto, no acumulado do ano, os números mostram o indicador oficial da inflação além da meta de 3% do BC (Banco Central) e da banda de tolerância de 1,5%. Em 12 meses até novembro, a inflação já cresceu 4,87%.
“Esse cenário trouxe alívio momentâneo para o mercado, refletido na queda dos juros futuros e do dólar”, reforçou Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital.
Nesta sessão pré-copom, o mercado também enfatizou as expectativas quanto às possibilidades de decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) para a Selic (taxa básica de juros).
Uma parte dos especialistas apontam uma elevação de 0,75 p.p. (ponto percentual), enquanto outros esperam alta de 1,0 p.p.
Nesse cenário, outro fator entrou no radar corporativo e aumenta as apostas de uma postura mais rígida do BC (Banco Central) em breve: a dominância fiscal.
Entrar em dominância fiscal significa que a atuação da política monetária do BC para controlar a inflação começa a perder eficácia diante da política fiscal.
Com isso, os agentes financeiros agora observam também os novos nomes aprovados no plenário do Senado para compor a diretoria do BC.
Os nomeados foram Nilton David, chefe de operações de tesouraria do banco Bradesco, para a diretoria de Política Monetária; Gilneu Vivan, servidor de carreira do BC, para a diretoria de Regulação e Relacionamento; e Izabela Correa, também servidora do banco, para a diretoria de Cidadania e Supervisão de Conduta.
Durante a audiência de sabatina na Casa, Nilton David destacou a necessidade de medidas firmes para controlar a desancoragem das expectativas de inflação, algo que reforça a expectativa de uma postura mais rígida do Copom, segundo Almeida.
“Uma postura mais agressiva busca pode reancorar as expectativas inflacionárias, que segundo projeções permanecem acima do teto da meta por 6 meses consecutivos em 2025”, acrescentou.
Diante desse quadro, as varejistas como Assaí (ASAI3) e Grupo Pão de Açúcar (GPAR3), tiveram ganhos, por conta dos juros futuros em queda.
A Vamos (VAMO3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 12,08%. Logo atrás, Carrefour (CRFB3) e Petz (PETZ3) registraram altas de 7,67% e 7,61%, respectivamente.
Já na ponta negativa, JBS (JBSS3) liderou as perdas, caindo 3,91%. Em seguida, vieram BRF (BRFS3) e Suzano (SUZB3), com perdas de 3,28% e 3,06%.
Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) divergem
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 0,86% e 0,37%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,38%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 0,10%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,52%. Usiminas (USIM5) equilibrou em 0,00%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,21% e 0,65%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações 1,96% e 1,79%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,07%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançou 19,90%. Casas Bahia (BHIA3) equilibrou em 0,00%.
Índices do exterior fecharam em baixa
Os principais índices europeus tiveram desempenhos opostos nesta terça-feira (10). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,09%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,14%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,50%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,30% e 0,25%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,41%.