O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta terça-feira (26) com alta de 0,69%, aos 129.922,38 pontos. O dólar comercial subiu 0,04%, a R$ 5,80.
Ainda no aguardo do desfecho sobre o pacote de corte de gastos do governo Lula, o Ibovespa encontrou apoio no radar corporativo, com os bancos tento altas firmes. Mesmo o resultado surpreendente negativo do IPCA-15 não fez muito preço no índice.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,16%, a US$ 106,99.
Na agenda econômica, o IPCA-15 – considerada a prévia da inflação oficial – mostrou alta de 0,62% em novembro, bem acima do esperado pelo consenso LSEG de analistas.
O dado escancara o que tem sido o principal desafio do BC (Banco Central) nos últimos meses: o controle das pressões inflacionárias, segundo o economista Maykon Douglas.
Porém, o economista da Nomos, Alexsandro Nishimura, disse que o dado não fez muito preço no Ibovespa e os juros futuros durante esta sessão “uma vez que a curva já reflete uma aceleração no ritmo de alta da Selic”.
O especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, Lucas Almeida, analisou que o resultado reforça pressões inflacionárias, especialmente em serviços e alimentos, como carne bovina, que segue pressionada pela valorização do boi gordo e do dólar.
“Apesar desse cenário desafiador, o mercado adota uma postura de otimismo cauteloso devido à expectativa pelo anúncio do pacote fiscal do governo”, prosseguiu.
No exterior, o pregão teve a divulgação da ata do Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed), que indicou uma divisão entre os membros sobre o quanto eles precisariam cortar da taxa de juros na reunião do ínicio do mês.
Na concepção do colegiado, é o momento de evitar dar orientações muito concretas sobre como a política monetária dos EUA deve evoluir nas próximas semanas.
No radar corporativo, a Copel (CPLE3) foi um dos maiores destaques, disse Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, porque anunciou três coisas importantes: venda de ativo, recompra de ações e distribuição R$ 600 milhões em JCP (Juros sobre Capital Próprio).
Além disso, as ações do Carrefour (CRFB3) tiveram um dia positivo, ao passo que o CEO global, Alexandre Bompard, publicou uma carta pedindo desculpas pelas críticas à carne brasileira.
A empresa também anunciou uma normalização no abastecimento das lojas no Brasil, o que “parece aliviar as tensões com o setor agropecuário e melhorando a percepção da marca no mercado Brasileiro”, segundo Almeida.
A Brava Energia (BRAV3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 9,33%. Logo atrás, Magalu (MGLU3) e Copel (CPLE6) registraram altas de 6,29% e 5,27%, respectivamente.
Já na ponta negativa, BRF (BRFS3) liderou as perdas, caindo 2,31%. Em seguida, vieram Braskem (BRKM5) e CSN (CSNA3), com perdas de 2,14% e 2,05%.
Altas e Baixas do Ibovespa: commodities recuam e varejistas avançam
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,51% e 0,13%, respectivamente. Prio (PRIO3) equilibrou em 0,00%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,27%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,77%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,16%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 1,91% e 1,31%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações 0,66% e 0,49%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 6,29%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) avançaram 1,12%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 11,14%.
Índices do exterior fecharam em direções opostas
Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta terça-feira (26). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,52%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,87%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,54%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq subiram 0,57% e 0,63%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,28%.