Exterior divido

Ibovespa fecha em alta com influência do Fed e fiscal; dólar cai

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (19) com alta de 0,34%, aos 121.187,91 pontos; o dólar caiu, a R$ 6,12

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (19) com alta de 0,34%, aos 121.187,91 pontos. O dólar comercial caiu 2,32%, a R$ 6,12.

Após um pregão de marcos históricos na véspera, o Ibovespa teve um alívio nesta quinta-feira, processando o lento avanço do pacote fiscal no Congresso e a redução da taxa de juros nos EUA.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com alta de 0,33%, a US$ 108,39.

No âmbito externo, o Fed (Federal Reserve) decidiu pelo corte de 0,25 ponto percentual nos juros na reunião de quarta-feira (18), levando as taxas ao intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. 

Além disso, a autoridade monetária sinalizou que o cenário econômico dos EUA tem exigido mais atenção com a inflação, por isso, o ciclo de afrouxamento na política monetária deve chegar ao fim em breve. 

O Banco Central norte-americano não ofereceu ao mercado um guidance exato, mas deixou claro que a postura será cautelosa, inclusive para observar quais serão os efeitos das políticas econômicas de Donald Trump, que assume a presidência dos EUA em janeiro de 2025.

“Era esperado que um aumento no diferencial de juros entre Brasil e EUA pudesse atrair mais recursos (dólar) para o Brasil, tanto para renda fixa quanto para renda variável, levando a uma possível queda no dólar e nas curvas de juros”, explicou Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

O cenário de incerteza, que se intensifica com a volta de Trump, torna o Brasil uma opção de investimento secundária, com os investidores buscando um local mais sólido, explicou o especialista. 

Chegando ao âmbito nacional, o Ibovespa segue repercutindo o andamento da votação do pacote de contenção de gastos proposto pelo governo federal ao Congresso Nacional. 

A proposta inclui três projetos diferentes, começando por um PLP (Projeto de Lei Complementar) que já foi aprovado na Câmara dos Deputados; um PL (Projeto de Lei) que ainda não entrou em votação; e uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), cujo texto-base foi aprovado no 1º turno de votação na Câmara nesta quinta.

“Em uma semana marcada por quedas no mercado de ações, não houve nenhum fundamento que sustentasse os ativos. Vale lembrar que os resultados atuais das empresas brasileiras estão, em geral, bastante positivos”, disse Silva.

Na sua avaliação, a “incompetência do governo em apresentar medidas efetivas de corte e controle de gastos”, é o que tira o mercado financeiro do momento presente e joga o foco para as projeções futuras, que indicam piora econômica no Brasil.

“Afinal, se a perspectiva é de juros em 14% ou 15% “livres de risco”, por que optar por renda variável?”, questionou o especialista.

“Esse contexto gera uma verdadeira gangorra no mercado acionário. As maiores altas de um dia podem ser seguidas pelas maiores quedas no dia seguinte, sem motivos específicos”, salientou.

Enquanto isso, além do Ibovespa, o mercado financeiro e economia tem sofrido com as valorizações recordes do dólar, que chegou a R$ 6,30 na abertura desta sessão, mas mudou a rota para uma queda profunda após uma intervenção extraordinária do BC, em um leilão que vendeu US$ 5 bilhões.

Entre as ações de maior peso do Ibovespa, a Petrobras registrou queda, seguindo os preços internacionais do petróleo, que caíram diante da pressão de um Fed mais rígido, pois em um quadro de juros e inflação mais altos, o dólar pode se fortalecer, o que pesa nos insumos cotados na moeda.

A Vale, por sua vez, foi a ação mais negociada da sessão, mas teve desvalorização expressiva, com o minério de ferro também angariando perdas.

A Automob (AMOB3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 34,29%. Logo atrás, Localiza (RENT3) e Carrefour (CRFB3) registraram altas de 8,75% e 8,20%, respectivamente.

Já na ponta negativa, CSN (CSNA3) liderou as perdas, caindo 2,53%. Em seguida, vieram Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3), com perdas de 1,90% e 1,87%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3) caem mais de 1%

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,29% e 0,40%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 0,05%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) caiu 1,90%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 1,27%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,54%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com altas de 0,45% e 0,63%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com valorizações de 0,17% e 0,76%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 5,36%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 3,13%. Casas Bahia (BHIA3) valorizou 3,06%.

Índices do exterior fecharam com maioria em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta quinta-feira (19). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 1,39%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 1,22%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,51%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,09% e 0,10%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,,04%.

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