Após registrar o segundo pior resultado no ano, quando obteve queda de 3,05%, o principal índice da bolsa de valores encerrou o pregão desta quarta-feira (29) com alta de 0,89%. A diminuição da preocupação com o cenário externo foi fator importante para a retomada do Ibovespa.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no dia anterior que a aprovação no Congresso da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios e da reforma do Imposto de Renda criarão as condições para que seja implementado o programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
As contas públicas registraram superávit de R$ 16,7 bilhões em agosto, o melhor resultado para o mês desde 2011. A expectativa média dos economistas era de déficit de R$ 12,15 bilhões, segundo dados do Refinitiv. O resultado do governo central, composto por Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central, foi de um déficit de R$ 9,9 bilhões.
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgou que o Brasil criou 372.265 empregos formais em agosto, acima das 272.500 esperadas. O dado foi 49,2% ante ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 249.388.
O mercado estadunidense passou a se preocupar de forma mais intensa com o corte das compras de títulos corporativos por parte do Federal Reserve (Fed). O ‘tapering’ pode começar ainda neste ano, diminuindo os estímulos do BC, que hoje estão na ordem de US$ 120 bilhões mensais.
Os mercados acionários temem que o corte dos estímulos acelere o aumento da taxa de juros, o que inicialmente estava previsto para 2023 e agora deve ser realizado no ano que vem.
A Europa tem passado por uma crise energética que levou o gás natural e os preços de energia a patamares recordes. Pequenas empresas do setor no Reino Unido acabaram quebrando nos últimos dias. Nos últimos 12 meses, o gás natural subiu mais de 500% no Velho Continente. Isso pressiona ainda mais o barril de petróleo do tipo Brent, que pode chegar a US$ 90, segundo o Goldman Sachs. Com isso, as atenções voltam novamente à inflação.
Bolsa
O Ibovespa encerrou com alta de 0,89%, a 111.106 pontos com volume financeiro negociado de R$ 30,626 bilhões.
Dólar
O dólar comercial subiu 0,11% a R$ 5,43 na compra e a R$ 5,43 na venda.
Índice pela tarde
Às 16h08 (horário de Brasília), o índice registrava ganhos de 0,90%, a 111.111 pontos. O dólar comercial mantinha-se próximo a estabilidade com valorização de 0,07% a R$ 5,43.
Às 14h24 (horário de Brasília), o principal benchmark da bolsa avançava 1,12%, a 111.356 pontos. O dólar comercial subia 0,15% a R$ 5,43.
Índice pela manhã
Às 10h33 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha alta de 0,49%, a 110.665 pontos. O dólar comercial operava em alta de 0,02% a R$ 5,42.
Nesta quarta-feira (29), o Ibovespa opera em alta, após queda de 3,05% no dia anterior. A redução de estímulos nos Estados Unidos segue nos destaques, com investidores acompanhando discursos das autoridades monetárias.
No pregão, JBS, Marfrig e BRF operam em alta. Já o minério de ferro dá uma pausa na queda dos preços e o segmento de mineração e siderurgia tem dia positivo diante dos ganhos das ações da Vale, Usiminas e Gerdau.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel”, recuou 0,64%, após registrar alta de 0,66% em agosto. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) – veja mais aqui.
Pré abertura da Bolsa
Com forte desvalorização nos papéis da Vale, devido à queda do minério de ferro, o principal benchmark da bolsa encerrou o pregão de terça-feira (28) com recuo expressivo de 3,05%, a 110.123 pontos. Além disso, o Ibovespa teve o resultado puxado pelo desempenho negativo em Wall Street.
Ainda no radar, a agenda econômica nacional tem como destaque os dados de emprego divulgados pelo Caged nesta quarta-feira (29) e o resultado primário.
Já indo para o exterior, a sessão desta manhã é de ganhos para os índices futuros norte-americanos e para as bolsas europeias, à medida que a Ásia vê a maior parte de seus principais índices recuarem.
Nos Estados Unidos, na véspera, o Nasdaq teve seu pior desempenho desde março, sendo essa a sua décima queda entre as últimas 15 sessões.
O Nasdaq caiu 2,83%; o Dow Jones recuou 1,63%; e o S&P perdeu 2,04%. Além disso, os papéis do setor de tecnologia também sentiram uma forte retração, como as ações do Facebook, Alphabet e Microsoft que registraram perdas de 3%.
O declínio da bolsa, na véspera, é inverso ao rendimento dos títulos do Tesouro estadunidense, os Treasuries de dez anos tiveram alta de 1,567% em seus rendimentos.
Um outro ponto de destaque é a declaração de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), ao Comitê Bancário do Senado. A autoridade monetária disse que a inflação deve durar mais que o esperado devido a questões em cadeias de suprimentos e pressões relacionadas à reabertura da economia.
As bolsas europeias operam em ritmo positivo nesta manhã. O índice Stoxx 600, que reúne ações de 600 empresas de todos os principais setores de 17 economias da Europa, sobe 0,8%, com o setor automobilístico liderando os ganhos, com alta de 1,2%.
Já na Ásia, a maior parte das bolsas fecham em queda, puxada pelo movimento de investidores que saíram de setores vulneráveis a paralisações na indústria na China.
Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 1,22%; no Japão, o Nikkei perdeu 2,12%; e na China, o Shanghai Composto recuou 1,83%.
Em contrapartida, segundo o InfoMoney, em Hong Kong, o índice Hang Seng avançou 0,67%.
Confira os principais índices às 7h23:
ÁSIA
Nikkei 225 [-2,12%]
S&P/A SX 200 [-1,08%]
Hang Seng [+0,67%]
Shanghai [-1,83%]
EUROPA
DAX [+0,56%]
FTSE 100 [+0,39%]
CAC 40 [+0,75%]
SMI [-1,64%]
ÍNDICES FUTUROS EUA
S&P 500 VIX [+0,94%]
US 2000 [+0,24%]
US 30 [+0,42%]
US 500 [+0,30%]
COMMODITIES
Ouro [-0,65%] US$ 1.726,15
Prata [-4,24%] US$ 21,515
Cobre [-1,64%] US$ 4,1770
Petróleo WTI [-0,78%] US$ 74,70
Petróleo Brent [-0,52%] US$ 77,94
Minério de ferro futuro [-0,28%] US$ 119,89