Ibovespa fecha em alta junto com Wall Street; dólar cai

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (22) com alta de 0,19%, aos 127.859,63 pontos. O dólar comercial caiu 0,60%, a R$ 5,57.

O mercado seguiu repercutindo os possíveis cenários que se formam nos EUA após a desistência do presidente Joe Biden pela reeleição. Já no quadro doméstico, o foco foi nas despesas do governo e na tentativa de cumprir a meta fiscal. Os investidores também observaram os números do Boletim Focus.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, também seguiu o movimento de baixa em 0,06%, a US$ 104,33.

No domindo (21), Joe Biden anunciou, por meio de uma carta aberta nas redes sociais, sua desistência pela corrida presidêncial nos EUA. O que mexeu com as perspectivas do mercado, visto que Kamala Harris surgiu como o novo nome Democrata, que deu ânimo ao partido.

Em termos fiscais, os dois partidos americanos têm adotado posturas bem similares nos últimos anos, dando menor importância para a responsabilidade fiscal, indicou Rafael Yamano, economista da SulAmérica Investimentos.

“A diferença tem sido no instrumento utilizado, os Republicanos sob Trump preferem diminuição de impostos enquanto os Democratas sob Biden preferiam aumento de gastos (com infraestrutura, por exemplo)”, explicou ele.

“A irresponsabilidade fiscal americana resulta em aumento de juros futuros e da inclinação da curva (aumento maior nos prazos mais longos), o que costuma ser ruim para mercados emergentes, como o Brasil”, prosseguiu.

No caso do Brasil, a contenção de R$ 15 bilhões nos gastos públicos foi oficializada, mas os agentes financeiro ainda não estão satisfeitos com o movimento, e se preocupam com a situação fiscal do País.

O corte impactou teve pouco impacto positivo nas expectativas dos investidores, disse Hemelin Mendonça, educadora financeira e sócia da AVG Capital. Isto porque, para ele, o governo pode estar “comprando tempo e não resolvendo o problema de travar gastos e cumprir o orçamento de 2024”.

“As projeções do relatório Focus aumentando IPCA para 4,05% no final de 2024 (antes 4%), PIB para 2,15% (antes 2,11%) e dólar a R$ 5,30 (antes 5,22) claramente mostram que a situação fiscal do país precisa melhorar para que a aversão a risco seja deixada de lado”, apontou Hemelin Mendonça, educadora financeira e sócia da AVG Capital.