Exterior em queda

Ibovespa fecha em alta no melhor nível em 5 meses após IPCA-15; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira (27) com alta de 0,47%, aos 133.148,75 pontos; o dólar subiu, a R$ 5,75

Foto: Ibovespa/CanvaPro
Foto: Ibovespa/CanvaPro

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta quinta-feira (27) com alta de 0,47%, aos 133.148,75 pontos. O índice não chegava a esse nível desde a sessão de 02 de outubro. O dólar comercial subiu 0,34%, a R$ 5,75.

A sessão foi carregada de dados importantes e de impacto para o Ibovespa. No Brasil, o IPCA-15 e as contas públicas foram destaque, enquanto no exterior, o PIB dos EUA foram o ponto principal.

O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com queda de 0,24%, a US$ 104,29.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta quinta-feira que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), considerado a prévia da inflação, subiu 0,64% em março. Com uma alta de 1,23% em comparação a fevereiro, o aumento veio principalmente de alimentação e bebidas. Os dados foram divulgados pelo nesta quinta-feira (27).

No período, o setor de alimentos e bebidas teve um avanço de 1,09% no período, impacto de 0,24p.p (ponto percentual) no medidor. O segmento de Transportes veio logo atrás com aumento de 0,92% e pressionando com 0,19 p.p.

Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, comentou com o BPMoney sobre a desaceleração observada no mês, mas destacou que a situação ainda exige cautela.

Para ele, “essa desaceleração do IPCA-15 pode proporcionar um alívio temporário para o consumidor, especialmente diante das recentes pressões inflacionárias em itens essenciais como alimentos e combustíveis”, mas ressaltou que a inflação permanece acima da meta, o que deve levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a manter a taxa Selic elevada, possivelmente atingindo 15% ao ano.

Além disso, a agenda econômica também teve os dados das receitas do governo central, que tiveram um déficit de R$ 31,7 bilhões em fevereiro, segundo o Tesouro Nacional. As receitas foram menores que as despesas e mesmo com o resultado negativo, a marca foi a melhor para o mês de fevereiro nos últimos três anos.

Em fevereiro de 2024, o saldo negativo foi de R$58,3 bilhões, os números de fevereiro deste ano ficaram abaixo das expectativas do mercado, que previam déficit de R$37,7 bilhões.

Ainda no cenário interno, o mercado brasileiro repercutiu as últimas declarações do presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo. Ele indicou que após colocar os juros em nível contracionista “com segurança”, a autarquia está avaliando os dados econômicos para identificar se a alta é suficiente.

“O que a gente está explicando com as defasagens são os mecanismos tradicionais de transmissão da política monetária”, disse. “A gente está ingressando num ambiente e patamar de taxa de juros que é contracionista com alguma segurança, mesmo para quem tem taxa de juros neutra mais elevada no mercado”, completou.

Já no quadro externo, o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA registrou um avanço de 2,4% no quarto trimestre de 2024, conforme a terceira e última revisão divulgada pelo Bureau of Economic Analysis (BEA) nesta quinta-feira (27).

O número já era esperado pelo mercado financeiro, e foi impulsionado, sobretudo, pelo aumento dos gastos dos consumidores e pelo crescimento das despesas governamentais. 

Embora positivo, o desempenho do quarto trimestre representou uma desaceleração em relação ao terceiro, quando o PIB havia crescido 3,1%. Com isso, os índices acionários de Wall Street estenderam as perdas da véspera.

Paralelamente, o mercado de trabalho do país também mexeu com as apostas na Bolsa, visto que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego registrou um recuo na semana passada. 

Na linha de dados com ajuste sazonal, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA caíram em 1.000, para 224.000, na semana encerrada em 22 de março, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (27). A estimativa de economistas consultados pela Reuters era de 225.000 pedidos para a última semana.

No radar corpotativo, as ações da Petrobras e Vale novamente ajudaram o Ibovespa a se manter em patamar positivo, aproveitando o momento de recuperação das commodities.

Enquanto isso, do lado negativo, as Lojas Americanas foram o grande destaque, despencando mais de 25% após reportarem um prejuízo líquido de R$ 586 milhões no período, revertendo o lucro do mesmo período de um ano antes, de R$ 2,56 bilhões.

A JBS (JBSS3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 5,83%. Logo atrás, Hapvida (HAPV3) e Cogna (COGN3) registraram altas de 5,38% e 5,15%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Marcopolo (POMO4) liderou as perdas, caindo 4,98%. Em seguida, vieram CVC (CVCB3) e Vamos (VAMO3), com perdas de 2,58% e 2,28%.

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) valorizam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) avançaram 1,02% e 0,75%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 0,10%.

Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,80%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 0,52%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,34%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 0,12% e baixa de 0,42%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,34% e valorização 0,62%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 3,62%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 25,86%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,99%.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos negativos nesta quinta-feira (27). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,70%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,51%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,46%. 

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,33% e 0,53%, respectivamente. Já o Dow Jones caiu 0,38%.